Estudantes de Medicina de Sagua la Grande têm que viajar para a universidade em um camião de gado, pois neste município de Villa Clara não há outros meios de transporte.
Um deles enviou uma denúncia anónima para o CiberCuba com uma foto em que se vê ao longe os jovens, rapazes e raparigas, a subirem para o camião como podem, com as suas mochilas nas costas.
"Envio para vocês porque é uma pena ter que ver e passar por isso", disse o autor da carta.
"Os estudantes passamos muito trabalho para nos transportar e também nas escolas nunca há comida nem eletricidade", acrescentou.
Em meio à crise de transporte que assola o país, o governante Miguel Díaz-Canel criticou os gestores privados, acusando-os de praticar preços abusivos, em vez de reconhecer a responsabilidade de sua administração na situação atual.
Em abril, ao intervir no seu programa do YouTube 'Desde a Presidencia', afirmou que é necessário distinguir entre os transportadores privados que operam com licença e têm vínculos com empresas de transporte locais, e aqueles que o fazem de forma ilegal.
"E isso tem a ver com a forma como os preços são manipulados, que na realidade são abusivos", criticou.
"Esses não pagam impostos, estão evitando impostos e estão realizando uma operação comercial, também lucrativa, sem cumprir responsabilidades", acrescentou.
O líder reconheceu que o transporte em Cuba passa pelos "piores momentos dos últimos anos", mas afirmou que é um fenômeno ligado à crise global.
Segundo ele, o país não possui as receitas e o combustível necessários para estabilizar o transporte público, que tem a maioria de seus veículos parados, seja por falta de peças e mau estado técnico, ou pela falta de combustível.
Em pelo menos 121 municípios das 15 províncias, há uma preocupação importante da população pela falta de transporte", admitiu.
Ao espaço foi convidado o ministro dos Transportes, Eduardo Rodríguez Dávila, que informou que o transporte público estatal atualmente atende a menos da metade dos passageiros de há cinco anos.
Antes, 5,9 milhões de passageiros se deslocavam diariamente e agora apenas 2,7 milhões, o que leva muitas pessoas a recorrerem ao transporte privado, cujos preços costumam ser inacessíveis para a maioria, afirmou Rodríguez.
O que você acha?
VER COMENTÁRIOS (1)Arquivado em: