Díaz-Canel para as crianças de Banes: "Estão enfrentando apagões severos"

O líder cubano Miguel Díaz-Canel perguntou às crianças de Banes, em Holguín, se estavam enfrentando cortes de energia difíceis, durante a visita que ele está fazendo pelo leste da ilha.

Ao chegar àquela cidade de Holguín, o mandatário aproximou-se de um grupo de crianças e cubanos convocados para recebê-lo e, para quebrar o gelo, abordou diretamente o assunto que está causando mais desconforto na população da ilha.

"Saudações, como vocês estão?" perguntou, e os presentes responderam que estavam "bem".

"Bem, mas enfrentando cortes de luz severos. Vamos melhorá-los, superar essa situação. Estamos visitando este município como parte das visitas mensais à província para analisar questões de operação empresarial e desenvolvimento local", disse.

Queremos continuar vendo o que funciona bem em meio a situações tão complexas - que atribuiu ao embargo dos Estados Unidos e não à ineficiência governamental -, vendo o que não funciona, e ver se o que funciona inspira aqueles que não funcionam", expressou Díaz-Canel, que visitou a cidade de Palenque de Yateras, em Guantánamo, com uma retórica semelhante, dois dias antes.

O discurso do líder indignou dezenas de cubanos. O ativista Lucio Enriquez criticou que o governante, mais cercado de seguranças do que de povo, é apoiado por "carneiros" que "riem enquanto ele zomba dos apagões!".

Na véspera, o funcionário visitou o município de San Luis, em Santiago de Cuba, e presenteou os moradores locais com uma de suas reflexões estratégicas sobre a importância de "semear mais" para suprir as carências de alimentos que enfrentam atualmente.

Após prometer novas soluções para problemas que nunca são realmente resolvidos, ele reconheceu na quarta-feira passada que sua promessa de eliminar os apagões durante os meses de verão não é viável "nas condições atuais do país".

"Não há garantias de que os meses de verão transcorram sem afetações no serviço elétrico", explicou.

Em meio à crise, as famílias se queixam de que as crianças não podem descansar com cortes de energia de até 20 horas por dia, e muitas tiveram um desempenho escolar inferior.