O governo cubano decretou luto oficial nesta terça-feira pela morte no último domingo em um acidente aéreo do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, a quem o regime descreveu como "um grande amigo e político admirável".
O duelo começou às 06:00 da manhã desta terça-feira e terminará à meia-noite de quarta-feira, 22 de maio, de acordo com a Presidência de Cuba.
O comunicado oficial esclareceu que, enquanto durar o luto oficial, a bandeira cubana deverá permanecer a meio-pau nos edifícios públicos e instituições militares.
Durante o mandato como Presidente desse país a partir de 2021, contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento e fortalecimento das relações de amizade e cooperação entre ambas as nações" afirmou o comunicado de imprensa sobre Ebrahim Raisi.
O comunicado acrescentou que "o povo e o Governo cubanos estão ao lado do Irã neste momento de dor e expressam sua confiança de que a Revolução Islâmica vai continuar e saberá se recuperar desse triste acontecimento".
Esta segunda-feira, Díaz-Canel já manifestou suas condolências pelo acidente de helicóptero no qual morreu Raisi, juntamente com outros políticos iranianos, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdolahian.
"O Partido, o Governo e o povo de Cuba lamentam profundamente a perda de um grande amigo, político admirável querido por seu povo: o presidente da República Islâmica do Irã, Ebrahim Raisi", destacou Díaz-Canel na véspera.
Imediatamente, dezenas de cubanos reagiram com indignação à publicação e exigiram-lhe que não falasse em nome deles.
"Político admirável que matou mais de cinco mil presos nos anos 80 e que liderava um país onde as mulheres não têm direitos... esses são os referentes de Cuba comunista", disparou um ativista.
Lis Cuesta, não demorou em compartilhar o tweet de Díaz-Canel e enviou condolências à esposa, à filha do falecido e ao povo do Irã.
O presidente da República Islâmica do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu juntamente com vários outros altos funcionários que estavam com ele no helicóptero acidentado, incluindo o ministro das Relações Exteriores, o governador da província do Azerbaijão Oriental e o principal imã da região.
O regime dos aiatolás é um aliado próximo da ditadura castrista.
O presidente iraniano tinha viajado em junho de 2023 para Havana, onde se reuniu com Díaz-Canel e Raúl Castro.
Naquela ocasião, durante o ato oficial de recepção, o presidente cubano destacou a "união entre aqueles que foram condenados por querer construir sociedades diferentes daquelas que o paradigma norte-americano quer impor e, por isso, temos sido submetidos a bloqueios, a sanções injustas, desumanas, injustificadas".
Alguns meses depois, em dezembro do ano passado, Raisi recebeu Díaz-Canel em Teerã durante a turnê do governante por países do Oriente Médio.
Naquela ocasião, o governante cubano falou sobre sua intenção de fortalecer os laços com o país islâmico e de torná-lo um ator econômico importante para ajudar Cuba a sair da crise.
Como parte da comitiva oficial que acompanhou Díaz-Canel nessa viagem estava sua esposa, que se mostrou "encantada" em fazer turismo no Irã.
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