A atual crise no transporte em Cuba fez com que os viajantes que buscam fazer a viagem de Santiago de Cuba, no leste do país, para Havana, tenham que esperar aproximadamente até seis dias na lista de espera.
Assim foi denunciado por um internauta nas redes sociais, que aproveitou para relatar o caso de sua mãe, uma pessoa que definiu como "diabética, hipertensa" e que agora soma "o estresse e o descontentamento" pela situação.
Este denunciante referiu-se especificamente ao terminal de Passageiros localizado na rua Martí dessa cidade, de onde partem os ônibus para a capital cubana ou para outras províncias.
“Tenho a minha mãe que tive de cuidar nos últimos seis dias”, disse o usuário Hugo A. Valdez Hernández no grupo do Facebook “Bazar Santiago de Cuba”.
No entanto, acrescentou que as queixas não são apenas no caso de sua mãe, mas se manifestam nos usuários que são obrigados a utilizar esse serviço.
As queixas não são apenas dela. Conhecemos pessoas que estão lá há mais de uma semana e ainda têm que lidar com a máfia e o roubo que ocorrem lá, com o número de espera a ultrapassar os seis dias - afirmou.
Agregou que foi apenas nesta quarta-feira, 22 de maio, que o número não avançou, estando no 110 e permanecendo no 153, embora não tenha ficado claro se sua mãe conseguiu avançar ou pegar o transporte.
Deixem o abuso, outro dia um senhor idoso desmaiou. Se vocês conseguem fazer, então façam, mas não façam as pessoas irem lá por mais de uma semana para vender passagens escondidos atrás da cortina. Senhor, um pouco de consciência, nem todo o mundo tem 5000 pesos para pagar um ônibus.
Os comentários na publicação destacam o quão terrível e abusiva é a situação, questionando as justificativas do governo que sempre recorrem ao "bloqueio" dos Estados Unidos como a causa de todos os problemas na ilha.
Existem dois bloqueios com os quais nos deparamos diariamente para trâmites de qualquer tipo e o outro já conhecemos. A verdade é que é uma infelicidade e desgostos", disse uma usuária.
Outra pessoa referiu que os altos preços às vezes não correspondem à capacidade do trem e que acabam viajando vazios, porque assim preferem os responsáveis da estação.
Há alguns meses, passageiros da terminal de espera Villanueva, em Havana, manifestaram-se pedindo uma resposta das autoridades cubanas diante da crise de transporte que se vive no país.
Vários vídeos divulgados na internet mostram centenas de pessoas aglomeradas no local, aguardando o momento em que um veículo os levará ao seu destino.
Mas essa situação não encontrou um caminho favorável para os passageiros. Enquanto as duras consequências parecem se prolongar na vida do cubano.
Recentemente, o governante cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez, no programa do YouTube ‘Desde la Presidencia’, que ele mesmo apresenta, afirmou que o setor de transporte está passando pelos "piores momentos dos últimos anos".
Reconheceu que o país não tem os rendimentos e o combustível necessários para estabilizar o transporte público cubano, que tem parte de suas unidades paradas por falta de peças e mau estado técnico, e outra parte pela falta de combustível.
Em pelo menos 121 municípios das 15 províncias do país, há uma preocupação significativa da população com a falta de transporte, destacou.
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