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Um cubano foi preso por atender quase 800 pacientes na Espanha, fazendo-se passar por outro médico.

O acusado faturou mais de mil consultas para 784 pacientes.

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A Polícia Nacional da Espanha prendeu um cubano de 34 anos acusado de usurpar a identidade e as credenciais de um médico especializado na área digestiva.

O detido chegou a atender cerca de 800 pacientes numa clínica privada em Madrid entre julho de 2023 e abril deste ano.

O cubano, cuja identidade não foi revelada, não estava autorizado a praticar medicina em solo espanhol, embora a imprensa do país ibérico não tenha especificado se o detido era médico em seu país de origem na especialidade pela qual estava consultando ilegalmente na Espanha.

A investigação começou no início do mês passado depois da denúncia de um médico que afirmou que outra pessoa estava usurpando suas credenciais profissionais, segundo relatou a imprensa espanhola nesta terça-feira, citando a chefia da Polícia de Madri.

O denunciante revelou que havia estado trabalhando em uma clínica em Madrid como especialista em gastroenterologia e endoscopia até julho de 2023, e afirmou que alguém continuava a consultar lá fingindo ser ele.

Durante a investigação, verificou-se que no site do centro médico e no próprio consultório ainda constavam os dados do denunciante, mas que não era ele quem atendia aos pacientes.

Também foi constatado que o cubano que se fez passar por médico não estava autorizado a exercer a medicina na Espanha e que as pessoas saíam do local com receitas e exames médicos prescritos com o número de licença profissional do denunciante.

A polícia estima que ao longo dos meses em que trabalhou na clínica privada, o cubano faturou mais de mil consultas agendadas para 784 pacientes.

A polícia também investigou como cúmplice necessário no caso - embora ele não tenha sido preso - o responsável por uma empresa que fornecia profissionais para diferentes centros médicos, onde o médico que foi substituído havia trabalhado anteriormente.

No passado dia 22 de abril, o cubano foi detido como presumível responsável pelos crimes de usurpação de identidade, falsificação de documentos e exercício ilegal da profissão, e foi encaminhado para a justiça.

No momento da prisão, foram apreendidos dois carimbos médicos, bem como quatro receitas e panfletos para a realização de testes com o carimbo do denunciante.

A informação oficial não especificou se a clínica privada envolvida - cujo nome também não foi divulgado - receberá algum tipo de sanção, nem se haverá alguma acusação contra o responsável pela empresa que contratou o cubano.

A sociedade faturava um percentual do valor pago pelas diferentes entidades seguradoras, tanto das consultas quanto dos exames médicos prescritos por seus profissionais.

Protestos por atrasos no processo de homologação de diplomas de médicos na Espanha.

No final de abril, médicos cubanos radicados em Espanha manifestaram-se em frente ao Congresso dos Deputados em Madrid para exigir maior rapidez na homologação dos seus títulos universitários, uma vez que, segundo denunciaram naquela ocasião, desde setembro de 2023 as homologações de títulos provenientes da ilha estão paralisadas.

A convocatória foi liderada pelo "Movimento de Homologações Cubanas na Espanha", "Homologação Justa Já", a "Associação de Médicos Cubanos na Espanha", a "Federação Espanhola de Médicos", assim como vários sindicatos e organizações não governamentais, conforme informado na época pelo meio Árvore Invertida.

Segundo vários participantes, alguns processos de homologação têm chegado a demorar até 7 anos, durante os quais os profissionais são obrigados a trabalhar em empregos não relacionados com a sua formação, o que é especialmente alarmante dada a escassez de pessoal médico em Espanha, que afeta quase 500 mil pacientes.

Apesar de a lei estipular um prazo máximo de seis meses para a homologação, os tempos de espera médios rondam os dois anos. Durante esse tempo, os médicos têm de subsistir trabalhando em cafés, restaurantes e outras profissões que nada têm a ver com a sua formação.

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