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Dez razões para não viajar para Cuba em 2024.

Planeia visitar Cuba? Aqui estão 10 razões pelas quais deveria reconsiderar a ideia.

Basurero en una calle de Cuba © CiberCuba
Contentor de lixo numa rua de CubaFoto © CiberCuba

Conhecida em vários círculos como a "Pérola do Caribe", Cuba está longe da imagem idílica que revistas, guias de viagem e seu governo promovem para atrair investimentos e turismo.

Há anos que a situação no país pode ser descrita como uma descida ao Inferno de Dante Alighieri, temperada com escassez de combustíveis, alimentos, medicamentos e outros insumos, e o considerável aumento de imóveis destruídos que confirmam a imagem de um país em ruínas, somando-se a isso a criminalidade e os constantes apagões.

Inclusive esses espaços reservados para o deleite de visitantes estrangeiros, como o balneário de Varadero, os preciosos cayos ou os hotéis da capital, Havana, sofrem o impacto de más decisões governamentais, "reorganizações" e "rearranjos" econômicos sem resultados e a debacle estrutural de um sistema falido, evidentemente em declínio.

Além disso, é um país sem liberdade de expressão, em que falar mais alto pode trazer graves problemas, devido a uma crescente repressão policial em resposta ao risco de protestos. Na verdade, atualmente mais de 1.000 cubanos cumprem penas injustas por criticarem o regime e exigirem seus direitos.

Para conhecer um pouco mais sobre por que não deveria visitar Cuba, oferecemos algumas razões como conselho:

1. Apagões... e mais apagões em Cuba.

Marcado por um prolongado período de crise, o sistema elétrico nacional sofre de uma infraestrutura incapaz de suprir a demanda energética de um país imerso na escuridão dos apagões. Em muitos lugares, os cortes excedem 18 horas por dia.

A falta de combustível importado, as avarias nas centrais termoelétricas, que têm décadas de operação; os atrasos na manutenção e a escassez de investimentos, estão entre as causas apontadas pelo governo, que - incrivelmente - exige compreensão do povo, num contexto agravado pelas altas temperaturas e pela retirada de circulação de várias unidades geradoras.

Mapa interativo de CiberCuba. Foto: Captura de tela

2. Falta de medicamentos e insumos nas farmácias e hospitais

O êxodo em massa da população cubana para outras regiões também tem afetado a saúde pública, um setor que está enfrentando uma redução de profissionais de saúde em todos os níveis e que, adicionalmente, trabalha sem recursos devido à escassez de medicamentos e outros insumos.

A referida situação não encontra a "luz no fim do túnel", nem mesmo com as doações de organizações internacionais e países amigos, pois em março deste ano, o presidente Miguel Díaz-Canel admitiu que a escassez persistirá, o que agrava a falta de abastecimento nas farmácias e a carência de produtos básicos nos centros médicos.

Sala de hemodiálise e cama do hospital Juan Bruno Zayas em Santiago de Cuba. Foto: Facebook/Yosmany Mayeta Labrada.

3. Carência de alimentos básicos

Centenas de terras ociosas, dificuldades na entrega de insumos aos agricultores, bem como no pagamento e comercialização dos produtos agrícolas, têm levado o país a depender praticamente totalmente das importações. Os resultados? A prevalência de altos preços, escassez e longas filas.

A ello se suma uma cesta básica (produtos racionados que vende o Estado) carente de estabilidade, artigos de primeira necessidade a custos impagáveis com os salários dos trabalhadores, lojas vazias e as controversas micro, pequenas e médias empresas (mipymes) com uma maior variedade, mas seus preços estão fora do alcance de muitos.

Cerveja importada. Foto: Facebook/Mipyme Cuba.

5. Escassez e preços altos

Para um país onde a única produção é a ideologia comunista, é fácil entender que depende quase totalmente das importações. E se a isso somarmos o mau gerenciamento das finanças disponíveis, entende-se a escassez de elementos básicos para o ser humano.

Com o dólar nas alturas no mercado informal, o salário mínimo dos trabalhadores (2.100 CUP) e as pensões dos aposentados (mínimo de 1.528 CUP) mal chegam e deixam milhões de cubanos abaixo da linha de pobreza extrema.


O governo de Cuba falha nos pagamentos aos trabalhadores e aposentados por falta de dinheiro. Foto: CiberCuba.

Baixa qualidade nos hotéis.

O regime cubano aspirava a receber 3,5 milhões de turistas internacionais no ano passado, mas os números ficaram mais de 30% abaixo de suas previsões. E não é para menos! São inúmeras as denúncias nas redes sociais sobre a presença de baratas nos hotéis, a qualidade das instalações e a variedade de alimentos, que se refletem em hotéis de alta categoria.

Esta situação contrasta com o desempenho turístico de seus vizinhos na região. Em 2023, a República Dominicana recebeu mais de seis milhões de turistas internacionais, consolidando-se como líder na indústria no Caribe. Enquanto isso, Cancún, no México, atraiu mais de quatro milhões de visitantes.

Hotel de Varadero. Foto: CiberCuba

6. Aumento da repressão policial devido ao risco de protestos.

Cuba é uma ditadura e os cidadãos não desfrutam de direitos e liberdades civis e políticas. O regime controla os cubanos através de repressão, coerção, propaganda e doutrinação. O custo de levantar a voz é bastante alto e a repressão policial aumenta sem limites diante dos riscos de protestos de um povo cansado da miséria.

Hoje, a ilha de belas praias, rum e tabaco tem mais de 1.000 presos políticos, a maioria por sair para se manifestar pacificamente durante os históricos protestos de 11 e 12 de julho de 2021, conhecidos como 11J.

Artistas como Luis Manuel Otero Alcántara y o rapper Maykel Osorbo, opositores como José Daniel Ferrer, ativistas, mulheres, homens, idosos e até mesmo crianças e doentes de câncer... a lista enche de tristeza o coração de pais, mães, irmãos, esposas, maridos, amigos e cidadãos que clamam por justiça.

Preso do 11J escoltado por agentes do MININT. Foto: Facebook/Mónica Baró.

7. Aumento da pobreza, destruição, riscos de desabamento e lixo nas ruas.

De acordo com o VI Informe sobre o Estado dos Direitos Sociais em Cuba, apresentado em 28 de setembro de 2023 pelo Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), 88% dos cubanos vivem abaixo do limiar da pobreza e nove em cada 10 lares têm dificuldade para sobreviver com seus rendimentos.

Estes resultados demonstram o estado decadente da maioria da população cubana, que vive em habitações em risco de desabamento devido ao mau estado do fundo habitacional, enfrentando diariamente problemas de alimentação, sujeira nas ruas, lixões, apagões e preços inacessíveis dos produtos de primeira necessidade.

Apesar de "cumprir" com os padrões das Nações Unidas no chamado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Cuba apresenta números abaixo da pobreza extrema (entendida pelo Banco Mundial como 2,15 dólares em renda total diária).

Tanques de lixo em Amistad e San Miguel, em Centro Habana. Foto: CiberCuba

Insegurança nas ruas devido ao aumento da criminalidade.

Embora as estatísticas apontem níveis controlados de criminalidade em Cuba, as autoridades afirmam que nos últimos anos tem sido registrada uma maior agressividade entre os habitantes e um aumento de crimes menores, situação provocada pelo contexto econômico, que causa grandes tensões e desgaste, e que a longo prazo influencia o comportamento dos indivíduos.

Em março passado, Beatriz de la Peña La O, Chefe do Departamento de Investigação da Diretoria de Processos Penais da Procuradoria, e o coronel Idael Fumero Valdés, Chefe de Informação e Análise da Diretoria Técnica de Investigação do Ministério do Interior, afirmaram no programa de televisão "Hacemos Cuba" que "os crimes violentos não estão a aumentar", porém está a ser evidenciado um aumento na incidência de outros tipos de crimes, ao passo que as redes sociais amplificam os acontecimentos e fazem com que cada roubo, crime ou ataque alcance maior relevância.

As crises econômica e migratória estão entre as principais causas deste estado de insegurança, onde a polícia é eficaz para reprimir, mas ineficaz para conter a violência criminal.

Aumento da violência. Foto: Minint

9. Escassez de combustível em Cuba.

A crise econômica de Cuba, causada pelo sistema político imposto pelo regime, tem na crise de combustível um dos maiores problemas há anos, que continua presente em 2024.

Sem combustíveis, o país sofre uma paralisia generalizada, que vai desde a agricultura até aos serviços. Historicamente tem-se comportado de forma semelhante, mas agora até os turistas têm que fazer filas para comprar combustível. A isto acrescentam-se os apagões, os cortes de eletricidade que os cubanos sofrem diariamente e por horas, e por vezes os próprios visitantes estrangeiros.

Colas para comprar gasolina. Foto: CiberCuba.

10. O regime cubano apoia ditadores, terroristas e a invasão russa na Ucrânia.

Com aliados como Venezuela, Nicarágua e Rússia, o governo cubano apoia ditadores, terroristas e até a invasão russa na Ucrânia, embora queiram chamar de "operação militar". Esse comportamento mantém o país na lista de patrocinadores do terrorismo dos EUA.

Inclusive, visitar a ilha pode trazer graves consequências para quem pretenda viajar para os Estados Unidos nos meses seguintes, já que a Seção 309 do Código do país norte-americano estabelece: "Nenhuma pessoa que tenha visitado Cuba nos 12 meses anteriores à data de sua solicitação de visto será elegível para a emissão de um visto B-2 de visitante não imigrante".

Miguel Díaz-Canel e Vladimir Putin. Foto: Presidência de Cuba.

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