Os apagões inumanos que os cubanos enfrentam, com cortes de até 20 horas por dia em algumas localidades, tornaram-se uma situação insustentável para muitos, que explodem nas redes sociais e criticam o regime perguntando: “Até quando a tortura psicológica ao povo?”.
Por oitava vez em nove dias, a União Elétrica de Cuba (UNE) reportou apagões que duraram 24 horas na terça-feira, em meio à grave crise energética que o país enfrenta. Isso fez com que muitas famílias, incluindo crianças, dormissem na rua em uma tentativa infrutífera de descansar um pouco durante a noite.
“Quem explica a uma criança que não pode ver televisão que, depois de dormir mal e ter enfrentado 16 horas (ou mais) sem luz, deve se levantar para ir à escola diante de outro apagão?”, escreveu no Facebook a ativista Guelmi Abdul, que em outras ocasiões tem dado voz à dor das famílias que vivem em extrema pobreza no país.

Esta mulher expressou o mal-estar geral da população em Cuba, ao perguntar: “Quem explica a um idoso confuso e acamado que deve suportar o calor com temperaturas acima dos 38 graus Celsius?”, enquanto os prolongados apagões, junto com o intenso calor, transformam os dias e as noites na ilha em um verdadeiro pesadelo.
A internauta exemplificou como essa situação se agrava para as pessoas que vivem em edifícios altos, que precisam subir 10 andares ou mais, devido a não funcionarem os elevadores por causa das quedas de energia, "e além disso não ter água porque a bomba depende da eletricidade".
A angustiada mulher se perguntou: “A quem dói a dor do povo?”, e questionando o governo disse: “O que pretendem? Que morram de infartos e derrames cerebrais, mais loucos do que já estão e sem remédios? Até quando vai durar a tortura psicológica do povo de Cuba!”.
Por fim, culpou o governante Miguel Díaz-Canel pela incapacidade do regime em resolver a atual crise energética: “Enquanto o presidente vive a vida boa, como se nada estivesse acontecendo. Já chega!!!”, ele finalmente explodiu.
A mãe de Yaily De Armas também se juntou ao coro de vozes que protestaram nas redes sociais devido aos brutais apagões que o povo está enfrentando.
“Olhem para as crianças cubanas dormindo nos portals das casas!, aquelas que têm portals, porque quem não tem ficou sem dormir completamente, já que dentro das casas não há mais ninguém”, disse no Facebook.
A mulher acompanhou a denúncia com uma imagem que comove qualquer pessoa que se sensibilize ao ver crianças dormindo em um portal de uma casa.
“Já é um abuso! Os apagões duram mais de 8 horas, e amanhã ainda vamos enfrentar isso nas escolas e no trabalho. Se nos deixam sem energia o dia todo, por que também nos tiram à noite?”, comentou a mulher ao explicar como os cortes de eletricidade perturbam a vida cotidiana da população, tornando insuportável viver no país.
Uma mãe cubana residente em Santiago de Cuba mostrava-se indignada nesta quarta-feira ao relatar como seus dois filhos se deitaram no portal para tentar dormir durante um apagão na madrugada, os mais difíceis de suportar na insuportável crise energética que assola o país.
"Estamos aqui na entrada da casa porque as crianças não conseguem dormir devido ao calor. São três da manhã. Eles saíram do quarto para dormir aqui. Ontem não foram à escola. Hoje também não podem ir à escola porque, veja bem, eu não vou acordá-los às 7 da manhã", queixou-se a cubana em um vídeo divulgado nas redes sociais pelo jornalista Yosmany Mayeta.
O regime cubano, longe de encontrar uma solução para a atual crise energética, espera protestos durante o verão.
"Os Estados Unidos estão implementando novas tentativas para 'esquentar' as ruas durante o verão, aproveitando a complexa situação que o país enfrenta, de acordo com os mais recentes interesses de suas agências de inteligência para gerar ataques contra Cuba, em um movimento denominado Operação 11.7.24", disse o Ministério do Interior (Minint) na rede social X.
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