Acusam à polícia o ex-grão-mestre da Loja de Cuba por apropriação de mais de 2.000 dólares.

A denúncia foi apresentada às autoridades.

Billetes de cien dólares (i) y Mario Urquía (d) © Collage
Notas de cem dólares (i) e Mario Urquía (d)Foto © Colagem

Mario Alberto Urquía Carreño, ex-Grande Mestre da Grande Loja de Cuba, foi acusado pelas autoridades cubanas de apropriação indébita de 2.360 dólares, conforme informou nesta segunda-feira o novo Grande Mestre, Juan Alberto Kessel Linares, em comunicado ao qual o Cubanet teve acesso.

Segundo a fonte citada, o documento explica que o dinheiro foi entregue em agosto do ano passado a Urquía Carreño pelo então Grande Tesoureiro, Salvador Orestes Arango Troncoso.

Ao ser questionado pelo atual Grande Secretário, Misiel Hernández Peraza, sobre o dinheiro em questão, Urquía Carreño primeiro alegou que estava nas mãos do atual Grande Tesoureiro, Airam Cervera, e depois negou ter recebido qualquer doação em moeda estrangeira durante seu mandato.

Ambas alegações são falsas -segundo o documento- e, por esse motivo, eles decidiram apresentar a denúncia às autoridades.

"Devido ao fato de que o mencionado Urquía Carreño ocultou o ato de apropriação da quantia de 2.360 USD, sem evidenciar em momento algum sua vontade de devolver o valor ao seu legítimo proprietário, ou seja, a Grande Loja de Cuba de A. L. e A. M., o Grande Secretário comunica ao Grande Mestre suas intenções de apresentar a denúncia correspondente às autoridades competentes; então procurou a companhia de uma testemunha, que neste caso foi o Venerável. Raúl Pérez Martín, Ex-Mestre da Respeitável Loja Santa Marta; sendo então apresentada na estação da PNR de Zapata, às 17h41min do próprio sábado, 30 de março, sob o Nº 22423/2024, pelo crime de apropriação indébita", informa o comunicado.

Cubanet precisou - citando o testemunho de um maçom que pediu para não ser identificado - que "em várias ocasiões perguntaram a Mario Urquía sobre esse dinheiro para colocá-lo no cofre da Grande Tesouraria, que é onde deve estar, e suas respostas eram evasivas; depois ele disse que se lembrou de que esse dinheiro estava junto com os 19 mil que roubaram de seu escritório. Muita coincidência; no entanto, ele não relatou isso em sua denúncia à polícia".

A acusação ocorre após o escândalo do roubo de 19.000 dólares do escritório do Grão-Mestre na Grande Loja de Cuba em 5 de janeiro deste ano.

Embora Urquía Carreño tenha feito a denúncia - por exigência do Patronato do Asilo Nacional Maçônico - até o momento ele é o único suspeito sendo investigado pela polícia.

No dia 24 de março, a Alta Câmara maçônica expulsou Mario Urquía aos gritos de "fora ladrão, usurpador, sem vergonha, traidor", pois ele se recusava a acatar a exigência dos mais de trezentos representantes reunidos para a Sessão Anual.

Os maçons baseavam-se na ilegalidade com que ele exercia o seu cargo desde que foi expulso pelo Supremo Conselho do Grau 33 para a República de Cuba (que lidera os graus filosóficos, do 4 ao 33), em 25 de janeiro.

Depois de ser expulso, Urquía Carreño recusou-se a entregar o escritório ao novo Grão-Mestre. Além disso, ele tentou recorrer à interferência do Registro de Associações do Ministério da Justiça nos assuntos internos da Grande Loja.

A meados de janeiro, Urquía Carreño emitiu um comunicado em relação ao roubo do dinheiro, ocorrido sob sua custódia, pertencente ao Asilo Nacional Masônico Llansó.

No extenso documento, em que detalhou a cronologia dos eventos, ele descartou a renúncia ao seu cargo e manifestou descontentamento com o procedimento adotado na reunião extraordinária do Patronato em que o assunto foi discutido. Na ocasião, ele garantiu que inicialmente a maioria dos irmãos entendeu que o roubo do dinheiro era um ato desprezível e alheio à sua vontade, comprometendo-se a repor o dinheiro.

Mario Alberto Urquía, no entanto, mostrou-se relutante em denunciar à polícia, pois acreditava que uma quantia tão significativa "não deveria estar fora do banco", e também porque a divulgação pública do incidente significaria um "descredito para a instituição".

Apesar disso, o acordo coletivo foi fazer um comunicado público informando o ocorrido e fazer a denúncia correspondente na PNR. Urquía Carreño reclamou que enquanto ele estava fazendo a denúncia na unidade de Zanja com o Grande Tesoureiro, VH. Ángel Santisteban Prats e Antonio Fernández Pérez, recebeu a notícia de que o comunicado já tinha sido redigido na sua ausência, o que ele qualificou como uma "clara violação do acordado".

Até o fechamento desta nota, não há outros detalhes sobre a denúncia apresentada contra Mario Alberto Urquía Carreño, ex-Grão-Mestre da Grande Loja de Cuba.

O que você acha?

Comentar

Arquivado em:


Tem algo para relatar? Escreva para o CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689