Denunciam agressão sofrida por uma jovem pela polícia durante protestos em Holguín

Elizabeth López, que filmou as recentes protestas em Holguín, terminou com hematomas nos braços, rosto e pescoço, além de lábios inchados devido aos golpes desferidos por um policial, ainda não identificado.


A jovem Elizabeth López, que gravou as recentes protestas na província de Holguín, foi brutalmente agredida por um policial cujo nome é desconhecido.

No dia 16 de março, a jovem e seu namorado filmavam as manifestações quando, desarmada e indefesa, ela foi agredida por um policial que ainda não foi identificado, assim como a unidade à qual pertence, denunciou no Facebook uma pessoa identificada como Yarenis Dotres.

“As fotos evidenciam a violência física excessiva utilizada por ele (o policial) contra a jovem desarmada e indefesa Elizabeth López, além de se dar ao luxo de quebrar seu telefone celular e desferir socos em qualquer um que estivesse à sua frente”, detalha a publicação.

Captura do Facebook/Yarenis Dotres

Nas imagens que acompanham a denúncia, observam-se hematomas nos braços, face e pescoço da jovem López, e seus lábios estão inchados em decorrência das agressões. Também é possível ver o vidro do telefone móvel estilhaçado.

"O nome desse suposto oficial será revelado em breve, ele será julgado no tribunal do povo cansado, faminto, mas digno, que apenas exige seus direitos elementares. Será julgado por Deus, que tomará o controle da nossa nação que geme, soluça e chora em alto e bom som pela extrema pobreza em que vive", afirmou Dotres.

Chamou o policial de “torturador, irracional, abusador, repressivo”, que “violou os direitos humanos da população civil e desferiu golpes sem motivo aparente, como se fosse o dono absoluto da cidadania e Cuba fosse sua propriedade ou seu quintal”.

Na publicação, sustenta ainda que a fome, a escassez, a falta de liberdade e a repressão do governo motivaram o povo holguineiro a ir às ruas para pedir "justiça, prosperidade, alimentos, luz elétrica, água".

Ao mesmo tempo, Dotres se perguntou: “Até quando tanta violência, abuso, prepotência, despotismo? Até quando a ditadura Castro-Canel e seus servidores públicos, seu único partido político comunista vão continuar colocando o povo contra o povo em um ódio irracional e legendário? Até quando tanta corrupção, fome, escassez, falta de medicamentos, transporte, presos políticos, êxodo em massa, violação dos direitos humanos?”.

Por fim, refletiu: “Mais de seis décadas não são suficientes? Quando chegará a justiça, a verdadeira liberdade, a paz, o progresso e a democracia que o povo cubano clama e exige aos gritos?”.

Precisamente, essa realidade denunciada pela publicação levou recentemente o povo a sair às ruas em vários pontos do país.

No início de março, na localidade de San Andrés, na província de Holguín, as pessoas protestaram para exigir melhores condições de vida, e o regime respondeu com a habitual repressão. Como resultado dessa reação governamental, seis pessoas foram detidas.

Em Cienfuegos, Eric Luis Acea Quevedo, pai de uma pequena menina, quebrou os vidros de um carro do governo provincial como protesto contra os prolongados apagões. Após sua detenção, o jovem foi brutalmente espancado pelos agentes da polícia cubana.

O mesmo descontentamento do povo com o regime motivou que, nos dias 17 e 18 deste mês, várias cidades de Cuba testemunhassem a manifestação popular por liberdade, comida e eletricidade.

As autoridades detiveram pelo menos 32 pessoas, conforme denunciou a organização Prisoners Defenders.

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