A Fundação Nacional Cubano-Americana (FNCA) denunciou nesta quarta-feira o desaparecimento do ativista Daniel Alfaro Frías desde o dia 13 de março.
Nesse dia, foi retirado à força de sua casa e realizaram uma busca, conforme a publicação da FNCA.
O comunicado não fornece mais detalhes e também não especifica quem invadiu a residência de Alfaro.
A publicação indica que, no momento da desaparição, o ativista era o delegado provincial em Artemisa do Movimento Opositores por uma Nova República (MONR).
CiberCuba constatou que, desde 13 de março, Alfaro não faz nenhuma publicação no Facebook, rede social onde é muito ativo denunciando os problemas de sua localidade, Guanajay, na província de Artemisa, e do restante de Cuba.
Nesse dia, expôs a má situação do transporte em Havana: “Parada de Santiago de las Vegas desde as 7h30 e ainda não saiu nada, nem um P12, nem P13, nem P14, e já são quase 10h. Sem esperanças, Cuba Estado Falido.”
Em abril de 2023, o camponês e opositor lamentou a perda de suas colheitas devido à falta de recursos para cuidar dos cultivos, em meio à crise alimentar que o país enfrenta.
"Nada é mais triste e desalentador do que ver a perda das plantações que você conseguiu fazer com tanto sacrifício e, por não ter com o que assisti-las, nem regá-las, elas se desfazem, morrem, e simplesmente toda a investimento se perde, junto com o desejo de seguir em frente", escreveu o artemiseño no Facebook.
No entanto, não é a primeira vez que este agricultor e ativista político denuncia a indiferença do governo em relação aos produtores de alimentos.
Em 2021, afirmou que em Cuba existem condições para produzir alimentos e que o único bloqueio que impede isso é o imposto pelo partido comunista.
Alfaro relatou que durante anos são muitas as pessoas que se alimentam gratuitamente do que ele produz: "Sem interesses envolvidos, apenas para combater a fome, porque conheço isso muito de perto e sei da dor que causa. Portanto, não falem mais de bloqueio se não mencionarem o sobrenome PCC."
Esse ativista denunciou em 2018 as condições subumanas e os abusos que os detentos sofrem na prisão Taco Taco, em Artemisa, onde esteve recluído por um ano.
" senti que saia de uma prisão pequena para uma grande", declarou ao portal Martí Noticias, após ser libertado, e também se referiu à falta de atendimento médico na prisão, às agressões sofridas por militares e à impunidade que impera nesses centros.
Arquivado em: