Filha de Che Guevara na Índia: "Os EUA estão nos tirando o direito de fazer negócios"

Aleida Guevara March, filha de Ernesto Che Guevara, afirmou que o governo dos Estados Unidos está retirando o direito de Cuba de fazer negócios.

Durante um discurso proferido em uma escola em Chennai, uma cidade da Índia, culpou o embargo econômico dos Estados Unidos pela escassez de medicamentos e alimentos em Cuba.

Segundo a filha do guerrilheiro argentino, oito em cada 10 medicamentos de nova geração têm patentes americanas e Cuba não pode adquiri-los devido ao embargo.

"Se eu tiver um filho com uma doença grave e apenas esse medicamento possa salvá-lo, tenho que procurar cinco intermediários para consegui-lo", afirmou, citada pela Prensa Latina.

Ao responder às perguntas do público, Guevara March aproveitou para falar sobre as "vantagens" do sistema de saúde cubano, alegando que é completamente gratuito e que médicos como ela não são autorizados a exercer a medicina de forma privada.

Sobre a falta de medicamentos, ela afirmou que Cuba busca tratamentos alternativos como a homeopatia, a acupuntura e a medicina tradicional indiana.

"Os Estados Unidos estão nos tirando o direito de fazer negócios", enfatizou.

Guevara March e sua filha Estefanía foram recebidas por dirigentes do Partido Comunista da Índia (Marxista) no aeroporto de Chennai, no estado de Tamil Nadu.

A segunda filha do Che, de nacionalidade cubano-argentina e defensora ativa do regime castrista, classificou os cubanos que saíram para protestar no 11 de julho como "pessoas sem escrúpulos" e "de baixa classe".

Em uma gravação de áudio transmitida pela emissora argentina Radio Rebelde AM 740 em julho de 2021, ele disse que os manifestantes eram "pessoas realmente desprezíveis, pessoas sem nenhum escrúpulo, que foram para rua e então alguns tolos os seguem".

Segundo a pediatra, as milhares de pessoas que saíram às ruas gritando Liberdade e Pátria e Vida não passavam de bandidos e ignorantes, "pessoas sem escrúpulos e pagas pelos Estados Unidos", que se dedicaram a roubar das instituições do Estado.

Mas a realidade é que o povo reagiu muito bem e está controlando a situação. E estamos exigindo que a polícia atue e defenda o que é nosso", declarou então.

Em junho de 2017, Guevara March criticou os cubanos que deixam seu país, chamando-os de "ingênuos" que "sonham com o que os filmes de Hollywood contam".

Apesar de ter elevado o nível cultural do povo cubano, ainda há pessoas ingênuas que acreditam nas promessas vazias. Acham que ao chegarem aos EUA com esta lei (de ajuste cubano) estão a caminho do sonho americano", afirmou.

"É impressionante como algumas pessoas ainda podem se confundir com isso", acrescentou.