A pediatra cubano-argentina Aleida Guevara Mach, filha mais nova do guerrilheiro Ernesto 'Che' Guevara e militante ativa do Partido Comunista de Cuba, admitiu hoje que o salário dos cubanos não é suficiente para viver, mas que o Governo "está tentando resolver" esse problema.
"Que um trabalhador nosso não consiga comprar todas as coisas necessárias para viver com o salário que recebe é um problema sério que a Revolução enfrenta e tenta resolver", disse em declarações à estatal Prensa Latina por ocasião do aniversário de seu pai.
Segundo Guevara, o tema dos salários em Cuba precisa ser abordado, embora "o objetivo não seja" que os cubanos sejam "milionários". "O objetivo não é ser milionário, mas também não é que as famílias dependam de remessas do exterior", destacou.
A doutora, que também colabora com o Centro de Estudos Che Guevara na Ilha, admitiu que o Estado deve melhorar a economia do país. "Isso é inegável", enfatizou, "o Che deve estar mais presente em nossa economia", afirmou.
"Se apenas pensarmos na carteira, em como viver melhor, podemos esquecer que estamos buscando uma sociedade diferente, e isso é um perigo real nos tempos recentes", acrescentou Guevara, que também admitiu que "muitas coisas foram negligenciadas em Cuba" durante o Período Especial.
Naquela época, ele disse: "foram procuradas soluções, talvez não as melhores, mas foram as daquelas circunstâncias. Agora temos tempo para encontrar outras: corrigir é uma das belas qualidades do processo revolucionário", opinou.
Aleida Guevara foi entrevistada por ocasião do 90º aniversário do nascimento de Che, uma data que a imprensa oficialista aproveita para reforçar o mito do "guerrilheiro heroico", uma das figuras mais exaltadas pela propaganda comunista em Cuba.
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