O Museu Reina Sofía de Madrid exibirá obras da pintora cubana Nela Arias-Misson, criadas na década de 60 do século passado, quando a artista vivia em Espanha.
A fundação que leva seu nome enviou esta semana a Madri as duas pinturas que serão expostas no Museu Reina Sofía, no âmbito da Miami Art Week, destaca uma reportagem de QUAL Flor Ana Mayoral, cofundadora da Fundação Nela Arias-Misson.
“Homenagem a Goya” e “Mesa com botas e candeeiro” são as obras escolhidas para serem expostas no referido museu, que será o primeiro do mundo a contar com a obra do artista cubano, nascido em Havana em 1915. e faleceu em Miami, em 2015, após uma longa carreira artística na Europa e nos Estados Unidos.
“Esperamos que seja o início de uma longa carreira, porque estamos convencidos desde o primeiro dia que o seu trabalho é significativo, importante e deve ser reconhecido”, disse Mayoral aos referidos meios de comunicação.
Disse ainda que as obras escolhidas pelo museu espanhol foram realizadas em Ibiza e Madrid.
O trabalho da artista cubana está a cargo da fundação que leva seu nome, já que ela não gostava de se desfazer de suas criações.
O legado do pintor cubano em poder da Fundação conta com cerca de 130 obras a óleo e mais de 600 desenhos, entre outras peças de arte.
Segundo Mayoral, quando alguém quis comprar uma obra do artista cubano, ela disse à pessoa 'sim, não se preocupe, vou vender para você, venha depois de amanhã' e o que ela fez foi copiar seu próprio trabalho e vendê-lo novo", enfatizou.
“Ela só vendia para pessoas que ela achava que poderiam ter seu trabalho, ela não queria se associar a nenhuma galeria ou que alguém lhe ditasse como criar seu trabalho”, acrescentou.
Mayoral destacou ainda que Nela nunca parou de pintar e sempre teve um estilo próprio, “um estilo muito próprio”, mas durante a sua vida vendeu muito pouco.
Arias-Misson formou-se em expressionismo abstrato em Nova York, onde foi discípula de Hans Hoffmann e interagiu com artistas como Mark Rothko, Walasse Ting, Elaine e Willem de Kooning, Karel Appel, Lee Krasner, Franz Kline e muitos outros.
“Em 1957, o expressionismo abstrato era um movimento completamente sexista, que não permitia que nenhuma mulher brilhasse, e muitas mulheres até mudaram o nome para uma forma masculina para não serem reconhecidas como pintoras”, lembrou Mayoral.
O que você acha?
COMENTARArquivado em: