A televisão cubana exibiu pela primeira vez nesta terça-feira imagens dos julgamentos dos manifestantes do 11J, nas quais se observa uma forte presença militar e duas câmeras de vídeo gravando o processo.

As imagens foram divulgadas na edição principal do Noticiário da Televisão Cubana no mesmo dia em que a Procuradoria Geral da República se manifestou sobre o assunto.
Embora se trate apenas de cinco fotografias, em algumas delas podem ser observadas câmeras de vídeo. O relatório oficial não especificou a qual província de Cuba pertencem as imagens, nem se foram tiradas no mesmo dia.
Recentemente, a Procuradoria de Cuba reconheceu que havia 790 pessoas processadas por se manifestarem no dia 11 de julho, das quais 21% possuem antecedentes criminais, segundo fontes oficiais do governo cubano.
Além disso, admitiu que 27 menores de 16 anos participaram dos protestos antigovernamentais de 11 de julho, dos quais pelo menos 10 permanecem internados em escolas de formação integral e de reeducação.
"A 17 foi aplicada a medida de atenção individualizada na própria escola do Sistema Nacional de Educação onde cursam estudos", precisou a entidade em um comunicado.
Afirmou ainda que se atua de acordo com a lei e a Constituição "respeitando o devido processo, a proteção dos interesses do Estado e o respeito aos direitos de todos os cidadãos"; no entanto, as denúncias dos familiares dos detidos revelam que não é assim.
Familiares de alguns dos acusados em Jovellanos, Matanzas, alegaram que durante o julgamento dos manifestantes do 11J foram rejeitados os testemunhos e provas apresentados pela defesa, enquanto as declarações dos policiais não eram convincentes.
"Estamos muito incomodados com isso e queremos que todos saibam e tenham em mente que estão presos injustamente," expressou a sobrinha de Raquel Márquez Vázquez através de um vídeo.
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