O governo do país sul-americano estuda maneiras de atrair mais profissionais estrangeiros do setor de saúde. Nos últimos seis anos, cerca de 727 cubanos, a maioria médicos, obtiveram a nacionalidade chilena, conforme informa o diário La Tercera. Dados do Departamento de Estrangeiros e Migração citados pela publicação revelam que 5.340 estrangeiros de 105 países receberam cartas de nacionalização. A maior parte (1.219) são peruanos. Os cubanos (727) ocupam a segunda posição, superando emigrantes de outros países da região, como os equatorianos (646), colombianos (602) e bolivianos (579). De acordo com os dados oficiais, cubanos e equatorianos ocupam muitos postos de trabalho na área de saúde pública. "Na maioria, os cubanos e equatorianos vêm para exercer suas profissões aqui, sendo que um número considerável deles são médicos", disse Rodrigo Sandoval, chefe do Departamento de Estrangeiros e Migração. "Por isso, reuni-me com pessoas do Ministério da Saúde para avançar em como permitir que mais estrangeiros venham assumir funções que os médicos chilenos não estão interessados em cobrir e estamos progredindo em um registro de profissionais para esses fins", acrescentou. Sandoval ressaltou que entre as razões do Chile para nacionalizar esses profissionais está o fato de que são "profissionais de alta qualificação, com maior capacidade de assentamento definitivo no Chile e vínculos de longo prazo", conforme indicou o La Tercera. O diário mencionou o caso da cubana Estrella Oramas (51 anos), que trabalha como médica em um consultório e chegou ao Chile há 25 anos. Oramas comentou que entre 1997 e 2010 houve um aumento na chegada de médicos cubanos ao Chile. "Muitos dos profissionais de saúde (...) optaram por vir ao Chile em busca de melhores condições. Os trâmites de nacionalização também têm a ver com isso, pois permitem obter os mesmos direitos, obrigações e benefícios de que os chilenos", disse. A ministra chilena da Saúde, Helia Molina, afirmou que há um déficit "real" de especialistas no país e que, além disso, eles estão mal distribuídos. "Em Cuba, há muitos médicos por habitante e não há barreiras para estudar Medicina. Por isso, estamos trabalhando com a Corporação Nacional Autônoma de Certificação de Especialidades Médicas (Conacem) e com as universidades para dar a eles a oportunidade de vir trabalhar, respeitando nossa legislação", declarou. Não ficou claro se isso seria feito por meio de contratos com o governo cubano facilitando a emigração dos médicos. Por sua vez, Camilo Bass, presidente da Associação de Médicos de Atenção Primária, afirmou que, embora não haja certeza sobre quantos médicos cubanos estão no sistema público, "é um fato que a quantidade aumentou significativamente ao longo do tempo". O relatório não detalhou as formas pelas quais os médicos cubanos chegaram ao Chile. Fonte: Diario de Cuba
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