Baches ou pocetas?

Um vídeo do Despingovery Channel destaca, com humor, os buracos em Havana como uma denúncia cidadã. Com um tom pseudocientífico, revela o deterioração urbana e os riscos para os motoristas.

Baches em CubaFoto © Instagram / Despingovery

Um vídeo com tom de "documentário de natureza" transformou em protagonista um mega buraco nas cercanias do Café Colón, na fronteira entre Arroyo Naranjo e Diez de Octubre, para denunciar —com humor— a proliferação de buracos e poças nas ruas habaneras.

El clip, que faz parte da série de vídeos do Despingovery Channel, está narrado como se fosse uma expedição científica, fala sobre “endovuecos fluviais”, “pocetas charcales” e um “pare obrigatório” que a profundidade da cratera impõe a todos que passam.

O narrador “descobre” uma formação oculta na fronteira municipal e realiza um “teste de imersão” para medir a profundidade do buraco, celebrando-o —entre risadas— como “maravilha descojonativa”.

O cratera é apresentada como uma “cordilheira huecal” digna da “Despingósfera” (em alusão à crise cubana), com referências a supostos “textos ferroviários antigos” que atribuem sua origem ao descarrilamento de um trem carregado de buracos.

A “barreira charquífera enchumbativa” é elevada a símbolo local e o vídeo termina com uma autodefinição paródica: “Somos Despingobrichana pelos buracos de Havana”.

Além da piada

A paródia funciona como uma denúncia cidadã: o “pare obrigatório” não é um recurso literário, mas sim a forma como condutores e motocilistas devem contornar buracos que obrigam a frear bruscamente, com risco de acidentes e avarias.

A encenação de Despingovery Channel revela, com ironia, um problema cotidiano: ruas com crateras transformadas em piscinas após a chuva, afetando a mobilidade e o ambiente.

A “crônica de campo” ao estilo Discovery Channel não descobre uma nova espécie, mas sim um velho conhecido: o buraco habanero, cada vez mais profundo e prolífico. O humor faz rir; o asfalto quebrado, não.

Despingovery em uma Cuba em crise

Despingovery Channel é um canal do criador de conteúdo e humorista cubano Eddy Ceballos (@eddy.pa_.gozar).

O divertido canal, onde Eddy, com voz de documentarista e roteiro de humor criollo, documenta o lamentável estado da ilha, anuncia uma série de vídeos que mostram a Cuba caótica em que habitamos.

Seu tom pseudocientífico e carregado de duplo sentido retrata a paisagem urbana deteriorada e caótica de Havana como se fosse um documentário do Discovery Channel, mas com um toque bem cubano.

Perguntas frequentes sobre o Despingovery Channel e o estado das ruas em Havana

O que é o Despingovery Channel e quem está por trás deste projeto?

O Canal Despingovery é um projeto humorístico criado por Eddy Ceballos, que utiliza o formato de documentário para satirizar o estado de deterioração das ruas e outras infraestruturas em Havana, Cuba. O canal se tornou viral por seu enfoque humorístico e crítico da situação atual da ilha.

Qual é o propósito dos vídeos do Despingovery Channel?

Os vídeos do Despingovery Channel têm como objetivo denunciar o mau estado das infraestruturas urbanas em Havana através do uso do humor e da sátira. Eddy Ceballos utiliza um tom pseudocientífico para falar sobre os buracos, poças e outros problemas que afetam a vida diária na cidade, transformando esses problemas em "maravilhas naturais" para destacar sua gravidade.

Como o público cubano reagiu às denúncias humorísticas do Despingovery Channel?

O público cubano reagiu com uma mistura de risadas e reflexões às denúncias apresentadas nos vídeos do Despingovery Channel. Enquanto muitos aplaudem a criatividade e o foco humorístico de Eddy Ceballos, também há preocupação sobre as possíveis repercussões do governo em relação a esse tipo de crítica satírica.

Quais problemas específicos se destacam nos vídeos do Despingovery Channel?

Os vídeos do Despingovery Channel destacam problemas como buracos profundos, poças nas ruas e o deterioramento das infraestruturas em Havana. Esses problemas não apenas afetam a mobilidade e a segurança dos cidadãos, mas também refletem o abandono e a falta de manutenção das infraestruturas urbanas em Cuba.

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