Caucus Hispano Demócrata de Miami-Dade avisa que haverá mais cercas contra congressistas republicanos: "É necessário que eles usem seu poder"

Abel S. Delgado, seu presidente, acredita que, dada a proximidade das votações no Congresso, os representantes da Flórida devem utilizar sua influência para salvar da deportação os cubanos I-220A e com Parole Humanitário


O presidente do Caucus Hispano Demócrata de Miami-Dade, Abel S. Delgado, avisa que haverá mais placas como a colocada na rodovia Palmetto, entre Doral e Hialeah, chamando de "traidores" os três congressistas cubano-americanos (María Elvira Salazar, Carlos Giménez e Mario Díaz-Balart) e o secretário de Estado, Marco Rubio.

Eles os pressionam dessa maneira porque consideram que "é necessário que eles usem seu poder" para que imigrantes cubanos que entraram legalmente nos Estados Unidos não sejam deportados pela Administração Trump, disse em referência àqueles que têm I-220A e Parole Humanitário.

Na opinião de Delgado, as votações estão tão acirradas no Congresso que o voto dos representantes da Flórida é decisivo e por isso ele acredita que os três congressistas devem exercer esse poder em benefício da comunidade cubana.

Delgado fez essas declarações em uma entrevista concedida à CiberCuba nesta Sexta-Feira Santa, na qual reprochou a perseguição a imigrantes com I-220A e a revogação do Parole (agora paralisada pela juíza de Boston Indira Talwani), apesar de que durante a campanha eleitoral o presidente Trump afirmou que ia perseguir os estrangeiros que permanecem ilegalmente no país ou cometeram delitos.

A juízo de Abel S. Delgado, muitos eleitores se sentem traídos e se aproximam do Caucus Hispano Democrata para comentar: "Eu não votei para isso".

A cerca da rodovia Palmetto permanecerá instalada por cerca de um mês e o alvoroço que causou conseguiu colocar sobre a mesa o papel que se espera que os representantes republicanos desempenhem para conter a perseguição a cubanos que entraram legalmente nos EUA.

Assim que a placa se tornou viral, cubanos com I-220 A responderam com outra placa na qual identificavam Fidel Castro e Raúl Castro, Díaz-Canel, Maduro, Chávez e Ortega como os verdadeiros traidores.

Abel S. Delgado chegou a comparar aqueles que deportam cubanos com ditadores, embora admita que os políticos da Flórida foram eleitos democraticamente, ao contrário dos ditadores.

À pergunta se Obama é um traidor por ter eliminado a política Pés Secos, Pés Molhados, Abel Delgado admitiu que não concorda com essa decisão do presidente democrata, mas também não concorda que se responsabilize o presidente Joe Biden por ter deixado os cubanos com o I-220A e com o Parole em um limbo legal.

Sobre a deportação de comunistas para Cuba, Delgado não levantou objeções porque acredita que aqueles que mentem para entrar nos EUA, ocultando que militaram no Partido Comunista de Cuba e ainda tiveram responsabilidades políticas com a ditadura, merecem ser deportados.

O que está claro é que a guerra das cercas acaba de começar. Esta primeira, que ficará exposta por cerca de um mês, é vermelha, acrescentou Abel S. Delgado, porque o vermelho é a cor Maga, mas também é a cor do Partido Comunista de Cuba.

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Tania Costa

(Havana, 1973) vive na Espanha. Ela dirigiu o jornal espanhol El Faro de Melilla e FaroTV Melilla. Foi chefe da edição de Murcia do 20 minutos e assessora de Comunicação da Vice-Presidência do Governo de Múrcia (Espanha).