A tragédia de uma turista canadense acidentada em Cuba: Ela reclama 200.000 dólares após o ocorrido

O trágico incidente ocorreu em 9 de abril de 2024.


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Uma turista quebequense que sofreu um acidente em Cuba agora reclama 200.000 dólares do operador turístico canadense Sunwing, ao qual considera responsável não apenas pelos danos físicos sofridos, mas também pelos danos morais.

Caroline Perreault, que estava de férias em Cayo Guillermo em abril de 2024, ficou gravemente ferida quando uma pérgola deteriorada situada na praia ao lado do hotel Starfish desabou sobre ela.

Captura de tela do Facebook/Caroline Perreault

Desde então, sua luta por obter justiça e compensação tem sido dificultada por uma complexa teia legal e pela falta de respostas claras por parte das partes envolvidas.

A batalha legal de Caroline Perreault por justiça e compensação

No dia 9 de abril de 2024, o que deveria ser uma viagem idílica a Cayo Guillermo, Cuba, se transformou em um pesadelo para Caroline Perreault.

A turista quebequense, que estava desfrutando da praia ao lado de seu parceiro, Gilbert Therrien, e uma amiga, sofreu um terrível acidente quando uma pérgola deteriorada do hotel Starfish desabou sobre ela, deixando-a gravemente ferida.

"Olhei ao meu redor procurando meu parceiro para lhe dizer: 'Estou indo, te amo' [...] Eu realmente estava morrendo", lembrou Perreault sobre o momento trágico, segundo declarações coletadas esta semana pela Radio Canadá.

Um diagnóstico médico devastador

O impacto provocou a fratura de três vértebras, uma concussão cerebral e um transtorno de estresse pós-traumático agudo.

A evacuação de Caroline foi outro calvário. O transporte em uma ambulância improvisada entre hospitais cubanos foi "horrível".

"Foi a pior semana da sua vida", afirmou seu parceiro, descrevendo condições precárias: falta de água potável, escassez de medicamentos e dor insuportável.

"Era uma enfermeira que foi buscar medicamentos na comunidade porque estavam ficando sem remédios no hospital", acrescentou Therrien.

Finalmente, Caroline foi repatriada para Quebec em um avião ambulância e submetida a uma cirurgia maior para fundir quatro vértebras na parte inferior das costas.

"São varas de metal que, lamentavelmente, estarão lá por toda a vida. E tenho outras duas fraturas na parte superior das costas, que não são operáveis", explicou a afetada.

A batalha pela compensação

A dor física e emocional de Caroline a levou a iniciar uma batalha legal contra a operadora turística canadense Sunwing, à qual ela exige uma indenização de 200.000 dólares.

"Para mim não é grande coisa ter sofrido perdas de tal magnitude [...], perdas físicas, financeiras e emocionais", afirmou.

A raiz do acidente, sua vida mudou drasticamente. Ela tem requerido tratamento psiquiátrico e fisioterapia constante. Afirma que uma simples rajada de vento a apavora desde o acidente.

Suas limitações físicas também a obrigaram a abandonar seu sonho de ter uma segunda carreira em terapia de massagens após sua aposentadoria. "É uma grande perda", lamentou, uma vez que seu negócio, aberto em 2023, agora só lhe permite atender em meio período.

Quem é responsável?

Determinar a responsabilidade legal do acidente é complicado, conforme aponta a mídia canadense.

O hotel Starfish, onde ocorreram os fatos, é administrado pela rede canadense Blue Diamond, mas as instalações pertencem ao governo cubano.

Sunwing transferiu a reclamação de Caroline para sua seguradora, Zurich, que afirma que não pode verificar a propriedade do hotel e suas estruturas. "É fácil se esquivar e depois dizer: 'Não podemos investigar, isso é em Cuba'", criticou Therrien.

Segundo o advogado Alexandre Brosseau-Wery, especialista em lesões pessoais, "o proprietário é sempre responsável pelos danos resultantes do colapso de seu edifício. [...] Portanto, claramente, há negligência: as instalações devem ser seguras. Não é normal que uma pérgola desabe repentinamente."

No obstante, o fato de que o acidente tenha ocorrido em um hotel diferente do contratado por Caroline complica a ação.

"Se o incidente tivesse ocorrido em seu hotel, a situação legal seria muito mais simples, pois o operador turístico poderia ser considerado responsável", acrescentou Brosseau-Wery.

Chantal Asselin, amiga do casal, confirmou que o estado do hotel Starfish é "obsoleto há anos e está piorando porque o que se quebra não é consertado, é remendado". Após o acidente, as pérgolas foram demolidas e substituídas.

É possível processar o governo cubano?

Os especialistas jurídicos alertam que entrar com uma ação contra o governo cubano seria "extremamente difícil".

"As pessoas viajam para um país estrangeiro onde existe um regime jurídico diferente do nosso, com atores que não estão domiciliados em Quebec", explicou o advogado Bissonnette.

Diante da falta de respostas dos responsáveis pelo hotel, Caroline enviou sua reclamação traduzida para o espanhol a dois executivos da instalação.

Até a data, não recebeu nenhuma resposta. A Sunwing, por sua vez, limitou-se a insistir que o acidente ocorreu em "uma praia pública em frente a outro hotel próximo", sem assumir responsabilidade.

Quase um ano depois do acidente, Caroline continua lidando com a dor física e emocional, enquanto enfrenta a indiferença das empresas envolvidas.

"Houve um antes e um depois. Ainda estou lidando com as consequências, na reapropriação das perdas que sofri", afirmou. A turista, que deseja apenas se concentrar em sua recuperação, lamenta a falta de apoio por parte do operador turístico.

Perguntas frequentes sobre o acidente da turista canadense em Cuba e a crise sanitária

Por que Caroline Perreault está processando a Sunwing por 200.000 dólares?

Caroline Perreault reclama 200.000 dólares à Sunwing devido aos danos físicos e emocionais sofridos após o colapso de uma pérgola em um hotel em Cuba, o que lhe provocou graves lesões. Ela considera que o operador turístico é responsável pela sua situação.

Quais foram as lesões que Caroline Perreault sofreu?

Caroline Perreault sofreu fraturas em três vértebras, uma concussão e um transtorno de estresse pós-traumático agudo devido ao colapso de uma pérgola na praia do hotel Starfish em Cuba. Essas lesões necessitaram de uma cirurgia maior para fundir quatro vértebras e afetaram significativamente sua qualidade de vida.

Por que é complicado determinar a responsabilidade do acidente no hotel Starfish?

Determinar a responsabilidade do acidente é complicado porque o hotel Starfish é administrado pela rede canadense Blue Diamond, mas as instalações pertencem ao governo cubano. Além disso, a Sunwing, o operador turístico, transferiu a reclamação para sua seguradora, Zurich, complicando ainda mais a identificação do responsável direto.

Como a crise do sistema de saúde cubano afeta os turistas?

A crise do sistema de saúde cubano afeta os turistas devido à falta de medicamentos e atendimento médico adequado, o que agrava as situações de emergência. Turistas relataram condições precárias em hospitais, dificuldades para se comunicar com o pessoal médico e atrasos na repatriação, como foi o caso de Sylvie Beauchesne.

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