Policiais da Flórida poderão denunciar seus superiores por não cumprirem as leis de imigração

A medida busca reforçar a segurança, mas gera debate por possíveis abusos.

Detenção de imigranteFoto © X / HSI Miami

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Os policiais da Flórida agora têm a autoridade de denunciar seus superiores se considerarem que estes não estão cumprindo as leis estaduais de imigração estabelecidas durante a administração de Donald Trump.

Larry Keefe, ex-procurador federal e diretor da Junta Estadual de Controle de Imigração, entidade criada em fevereiro, enviou um memorando às forças de segurança na Flórida para informar que elas podem relatar "qualquer falha" na aplicação das políticas de imigração através do portal web da empresa, citou a agência de notícias EFE.

O programa, denominado Painel de Controle de Prestação de Contas das Forças de Ordem (LEAD), busca garantir o cumprimento da legislação migratória estadual que endureceu as leis antiimigração e autorizado operações de abordagem.

Keefe enfatizou que qualquer funcionário que não faça o seu melhor esforço "para apoiar" a aplicação da lei federal de imigração está violando a normativa da Flórida.

Além disso, assegurou que o sistema de denúncias proporcionará «um canal direto» para que oficiais e funcionários informem sobre possíveis descumprimentos de suas agências em relação às políticas de controle migratório do estado.

A medida gerou debate na comunidade policial e em organizações de direitos civis, que alertam sobre possíveis abusos ou represálias dentro dos departamentos de polícia.

Enquanto isso, o governo estadual defende a iniciativa como um passo necessário para reforçar a segurança e o cumprimento das leis de imigração no estado, conhecido por sua alta população imigrante e indocumentada.

Muitos residentes do estado do Sol lamentam o uso da polícia para apoiar as autoridades migratórias, e os empresários locais alegaram que as perdas em seus negócios são significativas devido às ausências dos empregados, já que a ofensiva de deportações em massa prometida pelo presidente Donald Trump gerou um clima de pânico.

A ameaça de prisões e operações do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) levou muitas pessoas a evitar sair de casa, ir ao trabalho ou até mesmo a consultas médicas, por medo de serem presas e deportadas.

Perguntas frequentes sobre a nova política de imigração na Flórida

O que é a Junta Estadual de Controle de Imigração na Flórida?

A Junta Estadual de Controle de Imigração é um novo organismo criado na Flórida para supervisionar o cumprimento das leis de imigração estaduais. Esta junta confere aos policiais a autoridade para denunciar a seus superiores se não cumprirem com tais leis, promovendo um ambiente de responsabilidade e conformidade na aplicação das normas migratórias.

Como o programa 287(g) afeta a polícia local na Flórida?

O programa 287(g) permite que a polícia local na Flórida atue como agentes federais de imigração. Isso significa que os oficiais locais podem interrogar, prender e executar ordens de imigração, em cooperação direta com o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE). Este acordo gerou controvérsia devido a preocupações sobre possíveis abusos e represálias dentro dos departamentos de polícia.

Qual é a postura do governador Ron DeSantis sobre a imigração ilegal?

O governador Ron DeSantis adotou uma postura firme contra a imigração ilegal. Ele implementou medidas rigorosas para fortalecer a aplicação das leis de imigração, alinhando-se com as políticas do ex-presidente Donald Trump. DeSantis busca evitar que a Flórida se torne um "estado santuário" e tem promovido a colaboração entre as forças locais e federais para deportar imigrantes indocumentados.

Quais críticas surgiram em relação às novas medidas de imigração na Flórida?

As novas medidas de imigração na Flórida foram criticadas por defensores dos direitos dos imigrantes, que alertam que essas políticas podem minar a confiança entre a comunidade imigrante e as autoridades. Também há preocupações sobre possíveis abusos de poder e discriminação racial como resultado da implementação do programa 287(g) e outras medidas restritivas.

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