Régimen cubano adverte que as liberações após acordo com o Vaticano podem ser revogadas

O Governo de Cuba pode revogar as libertações antecipadas de 553 presos se descumprirem as condições.

Cárcere cubanoFoto © X

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O Governo de Cuba advertiu que as liberdades antecipadas concedidas a 553 detentos, no âmbito do acordo com o Vaticano em janeiro passado, podem ser revogadas se os beneficiários não cumprirem as condições estabelecidas.

Em uma entrevista transmitida pela Televisão Cubana, a vice-presidente do Tribunal Supremo Popular (TSP), Maricela Sosa Ravelo, confirmou que o processo de liberação se desenvolveu de maneira satisfatória; mas destacou que os libertados devem cumprir uma série de obrigações para manter seu status de liberdade antecipada, citou o jornal oficialista Granma.

Detalhou que, uma vez liberados, os beneficiários estão sujeitos a supervisão e devem cumprir certos requisitos estabelecidos pela lei. Entre esses, destaca-se a obrigação de se integrar ao estudo ou ao emprego, caso estejam aptos para isso, bem como comparecer diante do juiz de execução nas datas indicadas.

"O juiz de execução tem a responsabilidade de informar os sancionados sobre seus direitos, restrições e projeções após sua saída em liberdade antecipada", explicou a funcionária.

A vice-presidente do TSP alertou que o descumprimento dessas disposições pode resultar na revogação do benefício de libertação, o que implicaria o retorno ao estabelecimento penitenciário para completar o restante da pena.

"Este benefício é entendido como um período de teste, já que os sancionados não cumpriram completamente sua pena", enfatizou Sosa Ravelo.

No dia 14 de janeiro, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba anunciou a libertação de 553 presos no âmbito do Jubileu Ordinário de 2025 declarado pelo Papa Francisco. De acordo com o comunicado, essa decisão foi tomada após uma "análise cuidadosa" e com base nos princípios de "justiça e humanismo" do sistema penal cubano.

No dia 11 de março, o TSP anunciou a conclusão do processo de liberação de 553 detentos, iniciado no dia 14 de janeiro, a maioria referente a presos comuns.

No entanto, a medida não constitui uma libertação total. O relatório televisivo que apresentou a notícia enfatizou que os beneficiados receberam uma "libertação antecipada" e que continuam cumprindo sua pena sob certas condições.

Perguntas frequentes sobre as excarcelamentos em Cuba e seu contexto político

O que significa a "excarcelación antecipada" no contexto cubano?

A "liberação antecipada" em Cuba não implica a eliminação da pena, mas sim que os beneficiados continuam cumprindo sua condenação sob certas condições. Esses indivíduos estão sujeitos a supervisão e devem cumprir requisitos específicos, como se integrar ao estudo ou ao trabalho se estiverem aptos, e comparecer perante um juiz em datas determinadas.

Por que o regime cubano ameaça revogar as excarcerizações?

O regime cubano advertiu que as solturas podem ser revogadas se os beneficiários não cumprirem com as condições impostas. Isso inclui a obrigação de manter um comportamento de acordo com as normas estabelecidas, e qualquer descumprimento pode levar à reintegração na prisão para completar a sentença original.

Que papel teve o Vaticano nas libertações em Cuba?

O Vaticano atuou como mediador no processo de libertações em Cuba, o que foi destacado pelo regime cubano como um gesto de humanidade no contexto do Jubileu Ordinário de 2025 declarado pelo Papa Francisco. O Vaticano tem sido parte das negociações que levaram à libertação de 553 prisioneiros, refletindo sua influência na área humanitária.

Quais são as principais críticas às solturas em Cuba?

Diversas organizações de direitos humanos criticaram a falta de transparência do processo de liberação de presos em Cuba. Apontam que as condições para os liberados são restritivas e que o processo não representa uma melhoria significativa na situação dos direitos humanos na ilha, uma vez que os presos políticos continuam sob rígida vigilância e podem ser reencarcerados facilmente.

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