Congresso Carlos Giménez retorna a Cuba após 64 anos e visita a "única parte livre"

A viagem ocorreu no dia 7 de março passado.

Carlos Giménez ao lado de sua mãe (i) e o congressista após sua recente visita a Guantánamo (d)Foto © Collage X/Carlos Giménez

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O congressista Carlos A. Giménez visitou recentemente a ilha pela primeira vez após 64 anos de ter deixado o país.

Seu viagem, realizada em 7 de março, teve como destino a Base Naval de Guantánamo, à qual chegou como parte de uma delegação do Congresso dos Estados Unidos.

Durante sua visita, Giménez assegurou que estar em Guantánamo representava estar em “a única parte livre de Cuba”.

“Pela primeira vez em 64 anos, consegui visitar o país onde nasci. Sinto-me profundamente honrado em representar nossa comunidade no Congresso e em ter estado na única parte libertada de Cuba: a baía de Guantánamo”, declarou em um comunicado oficial divulgado após sua viagem.

Um retorno repleto de emoções e lembranças

O congressista, que abandonou Cuba em novembro de 1960 junto com seus pais e sua irmã quando tinha apenas seis anos, afirmou que a experiência de voltar a pisar solo cubano havia intensificado seu desejo de ver Cuba livre do que qualificou como a “tiranía comunista” instaurada após 1959.

“Sempre quis ver Cuba livre, mas agora fiz a promessa de que não retornarei até que toda a ilha seja livre. Esta visita me deu ainda mais determinação para continuar lutando por isso”, afirmou Giménez em uma entrevista exclusiva com Fox News Digital.

Captura de X/Carlos Giménez

Durante o voo para Guantánamo, o legislador relatou como despertaram nele lembranças da infância que permanecem como pequenos fragmentos em sua memória.

“Percebi que era a primeira vez em quase 65 anos que via a ilha, quão bonita ela é. É um lugar muito especial, e o fato de que um grupo de brutamontes, ditadores e opressores a tenha destruído, inicialmente me causou emoção, mas depois isso se transformou em raiva”, expressou.

Giménez indicou que sua família era do leste do país, onde ele passou parte de sua infância, especificamente em Manzanillo, a poucas dezenas de milhas da Base Naval de Guantánamo.

Uma visita com objetivos estratégicos

Giménez chegou à Base Naval de Guantánamo como parte de uma delegação liderada por Mike Rogers, presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Representantes.

O objetivo principal de sua viagem foi avaliar as instalações destinadas a migrantes irregulares e realizar reuniões com os oficiais responsáveis pela segurança na Base.

Isso se insere nas recentes medidas adotadas pela Administração do presidente Donald Trump para transferir para lá supostos "criminosos violentos" que entraram ilegalmente nos Estados Unidos.

“Como membro do Comitê de Serviços Armados, pude ver diretamente o rápido progresso que o presidente Trump alcançou para transformar Guantánamo em um ponto chave para a repatriação de criminosos violentos para seus países de origem”, assegurou Giménez.

Condições da Base e relações com Cuba

O congressista também fez alusão às particulares condições de isolamento que existem entre a Base Naval e o restante do arquipélago, entre as quais há uma perigosa zona de fronteira com centenas de milhares de minas colocadas pelo regime cubano para impedir a passagem entre ambas as áreas.

Nesse contexto, o representante esclareceu que as reuniões entre as autoridades cubanas e estadunidenses naquela região não ocorrem com fins diplomáticos, mas exclusivamente para questões operativas da Base, embora nos últimos meses esses encontros tenham cessado.

Durante o percurso, a delegação também conheceu a situação de aproximadamente 40 trabalhadores cubanos que, desde 1966, optaram por permanecer na Base e não retornar a Caimanera. Agora, muitos deles, já em idade avançada, permanecem ali, sob cuidados especiais.

Um compromisso renovado com a causa cubana

Giménez reiterou seu compromisso de continuar colaborando estreitamente com o ex-presidente Trump, o secretário de Estado, Marco Rubio, a comunidade do exílio cubano e os ativistas dentro da ilha, com o objetivo claro de pôr fim ao regime castista.

“Agora é o momento. Temos todas as peças no lugar para agir mais rapidamente em direção a uma Cuba democrática. É uma questão de vontade, e eu certamente tenho essa vontade”, enfatizou o legislador.

Carlos Giménez atualmente representa o condado de Miami-Dade e os Cayos da Flórida, e ocupa cargos importantes em vários comitês, incluindo a presidência do Subcomitê de Segurança do Transporte e Marítima do Comitê de Segurança Nacional, além de sua participação ativa no Comitê de Serviços Armados.

Perguntas frequentes sobre a visita de Carlos Giménez a Cuba e a situação política

Por que Carlos Giménez afirma que Guantánamo é a "única parte livre" de Cuba?

Carlos Giménez considera que a Base Naval de Guantánamo é a "única parte livre" de Cuba porque está sob controle americano e não sob o regime cubano, que ele qualifica de "tiranía comunista". Durante sua visita, destacou que esta área representa um espaço liberado da influência do governo cubano.

Qual foi o propósito da visita de Carlos Giménez a Guantánamo?

O principal propósito da visita de Carlos Giménez a Guantánamo foi avaliar as instalações destinadas a migrantes irregulares e realizar reuniões com oficiais responsáveis pela segurança na Base Naval. Isso se insere nas medidas da administração Trump para utilizar Guantánamo como um ponto chave para a repatriação de criminosos violentos para seus países de origem.

O que pensam outros políticos cubano-americanos sobre o regime cubano?

Políticos cubano-americanos como Marco Rubio e Carlos Giménez mantêm uma postura crítica em relação ao regime cubano. Rubio declarou que só viajaria a Cuba para discutir o fim do regime, e Giménez reiterou que a permanência do regime tem os dias contados. Ambos criticam a repressão e as mentiras do governo cubano e defendem uma Cuba democrática e livre.

Quais são as condições que existem entre a Base Naval de Guantánamo e o restante de Cuba?

A Base Naval de Guantánamo está isolada do resto de Cuba por uma perigosa zona fronteiriça com centenas de milhares de minas colocadas pelo regime cubano para impedir a passagem entre as duas áreas. As reuniões entre as autoridades cubanas e americanas nessa região são exclusivamente para questões operacionais da Base e não têm fins diplomáticos.

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