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O boxeador cubano Yordenis Ugás reagiu nas redes sociais após criticar a postura de alguns artistas cubanos no exílio que evitam se pronunciar sobre a situação política e social da ilha.
"Mas se para falar sobre a situação de Cuba, sobre os presos políticos, sobre a miséria, a fome e a falta de liberdade no seu país, não é preciso ser político, apenas humano. Que coisa! E muitos cubanos ainda defendendo isso. Grande parte do nosso povo não tem alma, não tem vergonha, são almas frias, o sistema lhes roubou tudo", escreveu Ugás nos comentários de uma publicação de CiberCuba Noticias no Facebook que citava declarações recentes de Lazarito Valdés e por que ele não 'se metia em política'.
Sua reação ocorreu em resposta às declarações do músico Lazarito Valdés, diretor do grupo Bamboleo, que em uma entrevista para o podcast Destino Tolk afirmou que não se envolve em questões políticas e que sua prioridade é sua carreira musical.
“Eu não sou político, não me envolvo em nada de política, o que eu faço é música”, afirmou Valdés, acrescentando: "Quando entrevistam um político, ele não fala de música, então por que querem que os músicos falem de política?".
O pianista e diretor do Bamboleo insistiu que sua única motivação é se desenvolver como artista nos Estados Unidos, país onde decidiu se estabelecer em novembro de 2024 junto com sua família. "Eu não me interesso pela política, vim para os Estados Unidos porque este é o melhor país do mundo, a melhor música do mundo é feita aqui, vim com muitos desejos de ampliar meu piano e me desenvolver como artista", afirmou.
O comentário de Ugás, por sua vez, provocou diversas reações entre os usuários do Facebook e um debate sobre o papel dos artistas cubanos no exílio e sua responsabilidade ao se pronunciarem sobre a situação de Cuba.
Alguns usuários apoiaram sua postura, apontando que figuras com uma grande plataforma deveriam levantar sua voz em defesa da liberdade e dos direitos humanos na ilha: "Pode-se justificar tudo em nome da democracia e da liberdade de expressão, e eu, em nome da liberdade e da democracia, digo que é uma vergonha que uma figura com tanto alcance midiático não levante sua voz por seu povo que está sofrendo por causa de uma ditadura. 'O silêncio dos inocentes' na história ficará como alguém que poderia defender seu povo e preferiu calar-se como um covarde. Não precisa ser político, o que é preciso ter é dignidade e coragem", disse um.
Outros, no entanto, consideraram que cada pessoa tem o direito de decidir se fala ou não sobre política, sem que isso lhe tire credibilidade ou o torne cúmplice do sistema cubano. "Yordenis Ugás, não pode ser obrigatório falar sobre Cuba. Cada um tem o direito de reservar seu critério se assim entender, caso contrário, de qual liberdade e qual democracia estamos falando?"
O debate se estendeu com múltiplos comentários, alguns de apoio e outros críticos tanto a Ugás quanto a Valdés. Enquanto alguns defenderam a necessidade de se manifestar contra o regime cubano, outros argumentaram que os artistas não têm a obrigação de fazê-lo e que devem se concentrar em sua arte sem pressões externas.
As declarações de Lazarito Valdés que originaram a controvérsia surgiram no podcast Destino Tolk, onde o músico afirmou que não se envolvia em política e que seu foco estava na música. Isso provocou uma onda de reações nas redes, semelhante ao que ocorreu com outros artistas cubanos no exílio que preferiram manter-se à margem do debate político.
Não é a primeira vez que Yordenis Ugás se manifesta em defesa da liberdade de Cuba. Em janeiro deste ano, o boxeador participou de uma protesto em frente à Casa Branca em Washington, exigindo a libertação dos prisioneiros políticos na ilha e denunciando os abusos do regime cubano.
Por outro lado, a saída de Lazarito Valdés de Cuba em novembro de 2024 e sua posterior instalação em Miami geraram diversas reações. Alguns lembraram de sua participação na canção oficialista No te metas, financiada pelo Ministério da Cultura cubano, na qual artistas alinhados ao governo atacaram opositores e ativistas. No entanto, Valdés tem insistido que seu interesse é crescer artisticamente nos Estados Unidos sem se envolver em política.
Perguntas frequentes sobre o papel dos artistas cubanos no exílio e a situação política em Cuba
Por que Yordenis Ugás critica os artistas cubanos no exílio que não falam sobre política?
Yordenis Ugás critica os artistas cubanos no exílio que não falam de política porque considera que têm a responsabilidade de utilizar sua plataforma para denunciar a falta de liberdade e os abusos do regime em Cuba. Ugás argumenta que não se trata de ser político, mas de ser humano e solidário com aqueles que sofrem na ilha.
Qual é a posição de Lazarito Valdés em relação à política e sua carreira musical?
Lazarito Valdés deixou claro que não se envolve em política e que seu foco está unicamente em sua carreira musical. Valdés expressou que está nos Estados Unidos para crescer como artista e não tem interesse em se envolver em assuntos políticos, o que lhe gerou críticas por parte de outros cubanos exilados.
Qual é o impacto da postura dos artistas cubanos no exílio sobre a percepção do regime cubano?
A postura dos artistas cubanos no exílio pode influenciar significativamente a percepção do regime cubano. Aqueles que escolhem falar e criticar o regime podem ajudar a visibilizar os problemas da ilha, enquanto o silêncio de outros pode ser visto como uma forma de cumplicidade ou falta de solidariedade com as vítimas do regime.
Como Yordenis Ugás tem participado no ativismo pela liberdade de Cuba?
Yordenis Ugás tem sido um ativo participante na luta pela liberdade de Cuba, utilizando sua plataforma para criticar o regime e defender os direitos humanos. Ele participou de protestos e manifestações, como os realizados em frente à Casa Branca, e em suas redes sociais tem chamado à unidade dos cubanos contra a ditadura.
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