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Enquanto a crise em Cuba se agrava e a repressão contra a cidadania persiste, os órgãos do Ministério do Interior (MININT) encontram tempo para o lazer.
No próximo domingo, terminará em Havana a IV Copa de Futebol "6 de fevereiro", um torneio que conta com a participação de equipes das diferentes estruturas repressivas do regime.
Segundo informou a página oficial do MININT em Facebook, na final do evento competirão as equipes da Direção Geral de Contrainteligência, da Polícia Nacional Revolucionária (PNR), da Direção de Segurança Pessoal e do Corpo de Bombeiros de Cuba.
No sábado, serão disputadas as semifinais, de onde sairão os dois finalistas que disputarão o título no domingo, ressaltou a publicação.
O torneio, que acontece nos terrenos da Direção de Segurança Pessoal em Havana, foi organizado em homenagem ao nascimento de Camilo Cienfuegos e contou com a participação de 17 equipes, formadas em sua maioria pelos repressoras do regime cubano.
Enquanto agentes do MININT perseguem ativistas, vigiam jornalistas e reprimem protestos, em paralelo desfrutam de atividades recreativas como este torneio de futebol.
A repressão em Cuba tem se intensificado nos últimos meses, com múltiplos casos documentados de detenções arbitrárias, violência contra manifestantes e censura à imprensa independente.
El 21 de março de 2024, o relator da ONU sobre liberdade de expressão instou o regime cubano a não reprimir os protestos que eclodiram em várias províncias devido à crise econômica, aos apagões e à escassez de alimentos. Em sua declaração, lembrou que o direito à manifestação deve ser respeitado e que as autoridades cubanas não devem recorrer à violência contra a população.
No dia 7 de maio de 2024, o opositor Ángel Moya, ex-prisioneiro da Primavera Negra, denunciou que foi vítima de tortura e maus-tratos por parte da Segurança do Estado. Segundo seu testemunho, foi agredido e algemado com extrema violência após ser preso junto com sua esposa, Berta Soler, líder das Damas de Branco, enquanto tentavam se manifestar pacificamente.
El 8 de junho de 2024, o sacerdote Alberto Reyes, da diocese de Camagüey, denunciou o papel dos repressors em Cuba, apontando que muitos são cidadãos comuns a quem se concede um poder temporário para reprimir seus próprios compatriotas. Em sua mensagem, criticou a violência exercida contra os manifestantes e chamou à reflexão aqueles que colaboram com a repressão.
Em 8 de outubro de 2024, uma nova onda repressiva contra a imprensa independente tornou-se evidente em Cuba. Jornalistas de meios como o elTOQUE e CubaNet foram convocados, interrogados e coagidos pela Segurança do Estado. Alguns foram forçados a assinar atos de autoincriminação, enquanto outros sofreram a confiscacão de seus dispositivos eletrônicos e dinheiro. Essa escalada de repressão provocou o fechamento de várias publicações independentes.
Mais recentemente, em 9 de novembro de 2024, o regime deteve manifestantes em Encrucijada, Villa Clara, que protestavam contra os apagões. Pelo menos oito pessoas foram presas, incluindo algumas com problemas de saúde. Testemunhas denunciaram que agentes da Segurança do Estado recorreram a táticas de intimidação, como cortar o acesso à internet e iluminar os rostos dos manifestantes com lanternas para identificá-los posteriormente.
Esses fatos refletem um padrão de repressão sistemática em Cuba, onde o governo continua utilizando a violência e a censura para silenciar o descontentamento popular.
Perguntas frequentes sobre a repressão em Cuba e o torneio de futebol do MININT
O que é a Copa de Futebol "6 de fevereiro" organizada pelo MININT?
A Copa de Futebol "6 de fevereiro" é um torneio que conta com a participação de equipes das diferentes estruturas repressivas do regime cubano, incluindo a Direção Geral de Contrainteligência e a Polícia Nacional Revolucionária. O torneio é realizado em homenagem ao aniversário de Camilo Cienfuegos e nesta edição contou com a participação de 17 equipes.
Qual é a situação atual da repressão em Cuba?
A repressão em Cuba se intensificou, com múltiplos casos documentados de detenções arbitrárias, violência contra manifestantes e censura à imprensa independente. O regime continua utilizando a violência e a censura para silenciar o descontentamento popular, como refletem as recentes detenções de manifestantes e as táticas de intimidação empregadas contra a imprensa independente.
Qual é o papel dos órgãos do MININT na repressão em Cuba?
Os órgãos do MININT, como a Direção de Segurança do Estado e a Polícia Nacional Revolucionária, são os principais responsáveis por realizar ações repressivas contra a população cubana. Esses órgãos participam ativamente da vigilância, detenção e repressão de ativistas, jornalistas e opositores ao regime, utilizando táticas de intimidação e violência.
Como tem sido a resposta internacional diante da repressão em Cuba?
A repressão em Cuba tem sido condenada internacionalmente. Organizações de direitos humanos e relatores da ONU têm solicitado ao regime cubano que respeite os direitos de manifestação e expressão. A comunidade internacional denunciou o uso da violência e da censura por parte do governo cubano e manifestou sua preocupação com a situação dos direitos humanos na ilha.
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