"Guardiões da minha adega": A estratégia do regime cubano para evitar delitos

O regime cubano lançou "Guardians por mi bodega" para combater roubos em estabelecimentos de produtos normatizados. A estratégia inclui vigilância comunitária, uso de plataformas digitais e ampliação de horários.

"Guardas pela minha adega"Foto © Collage redes sociais

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O governo cubano implementou uma nova estratégia chamada "Guardians por mi bodega" para combater os atos delituosos nos estabelecimentos que abrigam os produtos regulamentados.

A ideia, de acordo com um relatório do jornal oficialista Agora, surge em resposta à complexa situação que enfrenta a Empresa Municipal de Comércio de Holguín, onde recentemente ocorreram 13 delitos, incluindo 11 roubos com força e 2 tentativas de roubo.

Captura de Facebook/Comhol Comércio Holguín

O programa, detalha a informação oficial, foi iniciado na adega "4 de fevereiro" do Conselho Popular "Pedro Díaz Coello", com a participação de autoridades do Partido Comunista e do governo em nível provincial e municipal.

Durante o lançamento, foram anunciadas medidas adicionais, como a extensão dos horários de venda, a convocação dos usuários por meio de grupos de WhatsApp para acessar sua mercadoria em armazéns vulneráveis, e a elaboração de um plano de plantão que envolve trabalhadores, líderes e consumidores.

Captura do Facebook/Comhol Comércio Holguín

Afirmaram que serão implementadas visitas surpresa em diversas unidades durante o horário noturno, será incentivado o uso de plataformas digitais e caixas extras para reduzir a quantidade de dinheiro em caixa, e será criado um canal no Telegram para facilitar a comunicação com a população.

Apesar da ideia, que reflete a preocupação em proteger os recursos destinados à população e garantir que os produtos subsidiados cheguem a seus destinatários sem serem desviados para o mercado negro, a medida gerou críticas entre os cidadãos, que a percebem como uma tentativa de transferir responsabilidades do Estado para a população, sem oferecer soluções reais para a crise de abastecimento.

"Como vamos a vigiar se nem há comida nos armazéns?", questionou um residente nas redes sociais, refletindo o descontentamento de muitos cubanos diante da persistente escassez de produtos básicos

A estratégia "Guardas pela minha adega" lembra outras iniciativas de vigilância comunitária impulsionadas no passado, com o apoio dos Comitês de Defesa da Revolução (CDR), que foram historicamente utilizados para controle social e delação de supostos infratores.

Captura do Facebook/Alejandro Guerrero

Neste caso, o enfoque está centrado em proteger os armazéns, que têm sido alvo frequente de roubos devido à crise alimentar e à falta de recursos para garantir sua segurança

Por exemplo, em novembro de 2024, a Polícia Nacional Revolucionária prendeu três indivíduos implicados no roubo de produtos da Cesta Básica em uma bodega localizada no Conselho Popular Rampa, Havana.

Os criminosos ingressaram no estabelecimento à força com a intenção de roubar bens destinados à população, sendo capturados graças à intervenção de vizinhos que alertaram as autoridades.

Em janeiro de 2025, no município de União de Reyes, Matanzas, a polícia deteve um homem envolvido no roubo de produtos da cesta básica em uma bodega local. As autoridades recuperaram na residência do suspeito sacos de arroz e açúcar, pacotes de café, sabonetes e tubos de pasta de dente, produtos destinados à lista de abastecimento.

Esses incidentes refletem um padrão preocupante em diversas províncias do país. Em Las Tunas, durante o primeiro semestre de 2024, foram registrados 48 roubos em armazéns, concentrando-se principalmente nos municípios de Las Tunas e Puerto Padre, com um aumento significativo nos meses de julho e agosto.

Durante 2023, foram registrados 361 roubos com força em armazéns cubanos até maio, segundo dados oficiais. Os produtos mais furtados incluíram arroz, feijão, leite em pó, café, óleo vegetal, açúcar, sabonetes e cigarros.

Perguntas frequentes sobre a estratégia "Guardianes por minha adega" em Cuba

O que é a estratégia "Guardianes por mi bodega" em Cuba?

A estratégia "Guardião pela minha bodega" é uma iniciativa do governo cubano destinada a proteger os estabelecimentos que armazenam produtos normatizados, para evitar roubos e atos delituosos. Busca-se envolver a comunidade e as autoridades para reforçar a segurança nas bodegas.

Por que foi implementado "Guardianes por mi bodega"?

A estratégia surge como resposta à crescente onda de roubos em armazéns de diversas províncias cubanas, especialmente em Holguín, onde foram reportados incidentes criminosos que afetaram o fornecimento de produtos básicos à população.

Quais medidas estão sendo adotadas sob essa estratégia?

Entre as medidas anunciadas estão incluídas a extensão do horário de venda, o uso de plataformas digitais para convocar usuários, a implementação de percursos noturnos surpresa, e a criação de um canal de comunicação no Telegram para interagir com a população.

Qual tem sido a reação dos cidadãos a essa estratégia?

A estratégia gerou críticas entre os cidadãos, que consideram que o governo está transferindo responsabilidades estatais para a população sem oferecer soluções reais para a crise de abastecimento e segurança.

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