O governante cubano, Miguel Díaz-Canel, fez uma proposta inusitada para suprir os emigrantes e evitar a diminuição da população economicamente ativa: apostar na robótica.
Este quinta-feira, no programa Desde la Presidencia, no contexto do Dia do Trabalhador das Comunicações, Informática e Eletrônica, o representante do regime insistiu no uso da inteligência artificial (IA) em setores estratégicos e da robótica, em setores industriais.
Em sua opinião, esse tipo de tecnologia poderia "salvar" a indústria e a produção de bens em um contexto de crise migratória que impactou a diminuição da população economicamente ativa.
"É necessário impulsionar a transformação digital, a inteligência artificial, a automação, eu sempre falo muito sobre automação e às vezes a deixamos de lado, e a robótica, principalmente em processos industriais, em processos de produção de bens, precisamos também incorporá-la. Porque a única maneira, com menos população economicamente ativa, de sustentar mais população economicamente não ativa e ter os rendimentos necessários para satisfazer as necessidades, é dar um impulso", salientou em sua intervenção.
Em mais de uma ocasião, Díaz-Canel, numa demonstração de incongruência com as prioridades do país, pediu que se priorizasse a inteligência artificial para resolver os profundos problemas que enfrenta Cuba.
Em um tom triunfalista, durante o programa no YouTube, o governante celebrou o avanço na informatização da sociedade e na transformação digital, "no meio do momento mais difícil".
"Estes temas são vitais, estratégicos para o país", apontou Díaz-Canel, que parece querer resolver tudo agora com a IA.
"Eu proponho que trabalhemos em transformar digitalmente principalmente os processos que oferecem a eles saídas de interação com a população, mas também processos internos. Porque existem muitos processos internos onde a inteligência artificial, especialmente estou pensando nos processos de análise, de políticas, de avaliar indicadores, pode economizar muito tempo", argumentou.
No fechamento do ano passado, chamou a implementar a transformação digital em todos os setores, apesar de o país enfrentar uma economia à beira do colapso e uma infraestrutura tecnológica obsoleta.
O mês passado, inclusive, ao destacar os supostos avanços da Inteligência Artificial (IA) no país, durante uma reunião realizada nesta segunda-feira no Palácio com especialistas e desenvolvedores, expôs que a aspiração era se tornar "na vanguarda disso, pelo menos na América Latina e no Caribe".
Desde 2019, Díaz-Canel promove a criação de um Instituto de Inteligência Artificial em colaboração com a China e exige o uso dessa tecnologia em setores como a educação, a administração e a produção industrial, mas a falta de conectividade, de telefones celulares inteligentes, ou de computadores e softwares apropriados denotam a incapacidade do regime para implementar ferramentas digitais em serviços básicos.
Perguntas frequentes sobre a proposta de Díaz-Canel de usar robótica e inteligência artificial em Cuba
Qual é a proposta de Díaz-Canel sobre o uso da robótica em Cuba?
Díaz-Canel propõe o uso de robótica e inteligência artificial para suprir a emigração e evitar o declínio da população economicamente ativa. Sugere que essas tecnologias poderiam revitalizar a indústria e a produção de bens em Cuba.
Como planeja Díaz-Canel implementar a transformação digital e a IA em Cuba?
Díaz-Canel insiste na importância da transformação digital, da inteligência artificial e da automação, especialmente em processos industriais e de produção. No entanto, a infraestrutura tecnológica obsoleta e a falta de recursos dificultam a implementação dessas tecnologias.
Quais são os principais obstáculos para a implementação de IA em Cuba segundo o contexto?
Os principais obstáculos são a falta de acesso estável à internet, a infraestrutura tecnológica deficiente e os recursos limitados. Apesar das ambições do governo, esses problemas estruturais impedem o progresso tecnológico real.
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