Buscam homem com esquizofrenia desaparecido em Havana: "Está há tempo sem medicação"

O homem de 34 anos desapareceu há mais de um mês perto da sorveteria Coppelia. A falta de medicamentos em Cuba agrava a situação de pessoas com doenças psiquiátricas.

Denis LázaroFoto © Facebook / Asnay Rosales

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Um cubano paciente de esquizofrenia paranóide residente em El Vedado, Havana, está ausente de sua casa há um mês.

A usuária de Facebook Asnay Rosales o identificou apenas como Denis Lázaro, de 34 anos.

"Não é um vagabundo, ele está doente. Vamos todos ajudar a devolvê-lo para casa, junto de sua mãe, que está desesperada", suplicou.

Segundo Asnay, Denis foi visto pela última vez perto da sorveteria Coppelia.

Captura do Facebook / Asnay Rosales

Se alguém tiver alguma informação sobre seu paradeiro, pode ligar para 52649429, 55440292 ou 51002885.

As desaparecimentos de pessoas com doenças psiquiátricas aumentaram em Cuba devido à falta de medicamentos, que desestabiliza esses pacientes, que não recebem o tratamento adequado para evitar episódios de esquecimento e desorientação.

A vulnerabilidade dessas pessoas aumenta a preocupação de suas famílias, que recorrem aos meios digitais para solicitar ajuda, diante da ineficiência das autoridades e da ausência de um canal oficial que auxilie na busca.

No final de janeiro, uma ativista de Santiago de Cuba denunciou a terrível situação de uma idosa de 63 anos e seu filho de 21, doente de esquizofrenia paranoide, que estava em crise por não ter acesso ao seu tratamento: carbamazepina, benadryl (difenidramina) e diazepam.

Mãe e filho vivem no bairro Jiménez, "na mais absoluta miséria que se possa imaginar, em condições paupérrimas", segundo Yasser Sosa Tamayo.

"Recebem cada um um talão de cheques que juntos não chegam a 2.500 pesos; não dá dinheiro para comer, muito menos para obter os medicamentos do filho", detalhou.

Em março do ano passado, organizações feministas emitiram um alerta pela desaparecimento em Havana da jovem Nabetsy Jiménez Limonta desde o mês anterior em El Cotorro.

A mulher, conhecida como Nani, padece de esquizofrenia paranoide e está em tratamento com olanzapina (10 mg), que não estava tomando porque o medicamento está em falta no país.

Perguntas frequentes sobre o desaparecimento de pessoas com doenças mentais em Cuba

Por que aumentam os desaparecimentos de pessoas com doenças psiquiátricas em Cuba?

O desaparecimento de pessoas com doenças psiquiátricas aumentou em Cuba devido à falta de medicamentos que desestabiliza esses pacientes. A ausência de tratamentos adequados provoca episódios de desorientação e esquecimento, aumentando a vulnerabilidade desses indivíduos e a preocupação de suas famílias.

Quais medicamentos são necessários para tratar a esquizofrenia em Cuba e por que são difíceis de conseguir?

Os medicamentos necessários para tratar a esquizofrenia incluem Carbamazepina, Olanzapina, Benadrilina (difenhidramina) e Diazepam, entre outros. Esses medicamentos são difíceis de conseguir devido à escassez nas farmácias de Cuba. A falta desses fármacos complica o tratamento dos pacientes, aumentando seu risco de sofrer episódios agudos.

Como as famílias cubanas estão se organizando para buscar seus entes queridos desaparecidos?

As famílias cubanas recorrem principalmente às redes sociais para solicitar ajuda e visibilidade na busca por seus entes queridos desaparecidos. Diante da ineficiência das autoridades e da falta de um canal oficial estatal para esses casos, as redes tornaram-se um recurso crucial para mobilizar a comunidade e compartilhar informações.

Qual é o impacto da crise econômica na situação dos pacientes psiquiátricos em Cuba?

A crise econômica em Cuba agravou a situação dos pacientes psiquiátricos ao limitar o acesso a medicamentos essenciais e outros recursos básicos. A escassez de alimentos, produtos básicos e problemas de transporte, juntamente com o consumo de drogas e álcool, têm contribuído para o deterioro da saúde mental no país. Isso aumentou a dificuldade para que os pacientes mantenham sua estabilidade e segurança.

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