Imagens dramáticas de um jovem sob os efeitos do "químico": Isso já é uma epidemia

O consumo de “El Químico” tem gerado alarme em Cuba devido aos seus efeitos devastadores na saúde física e mental dos jovens.


Um internauta do Facebook compartilhou nesta sexta-feira imagens dramáticas de um jovem deitado na calçada de um bairro habanero e sob os efeitos da droga conhecida como "El químico".

Onier Ortega Pérez, que, de acordo com os dados do seu perfil, reside na capital e trabalha na Habaguanex, exibiu um vídeo de um jovem deitado sobre o meio-fio, de costas, se movendo, aparentemente intoxicado pelo "químico", cujo consumo foi descrito pelo internauta como uma "epidemia".

O clipe foi filmado na rua Egido, em Havana Velha, nesta sexta-feira.

"¿Tanto dói reconhecer ao Estado que isso já é uma epidemia e é necessário decretar uma emergência? Por que, mesmo assim, não colocam na televisão e na imprensa oficial o que deve ser feito nesses casos para oferecer os primeiros socorros aos intoxicados? Há muitas pessoas que querem ajudar ao ver isso, mas têm medo ou não sabem o que fazer", manifestou em seu post.

Captura do Facebook / Onier Ortega Pérez

O consumo de “El Químico” gerou alarme em Cuba devido às suas devastadoras consequências na saúde física e mental dos jovens.

Médicos cubanos comunicaram que a substância pertence ao grupo de canabinoides sintéticos, projetados para imitar os efeitos da maconha, mas que, na verdade, são muito mais potentes e perigosos.

Os foristas que emitiram seus comentários na publicação de Onier Ortega Pérez consideraram que abundam cenas como a mostrada, onde os cubanos convulsionam ou alucinam após terem consumido a droga.

Alguns não deixaram de lançar suas hipóteses acerca de que o próprio regime poderia ter introduzido a droga como mecanismo de dissociação entre os cubanos.

"Assim como a miséria é imposta ao povo pelo próprio Estado, esta epidemia também pode ser obra de alguns de seus integrantes como uma manobra de distração/guerra, onde, como sempre, o próprio povo é o grande perdedor", expôs um internauta.

O próprio usuário mencionou intervenções de Nayib Bukele, onde o presidente salvadorenho reconhecia que esse tipo de negócio, como o tráfico de drogas, permite que em estados corruptos se mantenham grandes quantidades de dinheiro nas ruas.

Outro comentarista alertou que alguns dos efeitos mais severos do "químico" se devem à mistura de substâncias como formol e anestésicos com o cannabis.

O Estado frente ao narcotráfico

A frequência com que notícias em meios independentes sobre o consumo do "químico" e a inação do Governo em relação à situação vêm à tona, forçou o regime a tomar medidas.

Esta semana, as autoridades anunciaram a criação do Observatório Nacional de Drogas (OND), uma instituição que terá como objetivo a vigilância e monitoramento do fenômeno das drogas na ilha, com ênfase na detecção de novas substâncias psicoativas e na análise de tendências no consumo e tráfico de entorpecentes.

De acordo com um relatório publicado no jornal Granma, o projeto, dirigido pelo Ministério da Justiça (Minjus), será implementado ao longo de 2025 e contará com um Sistema de Alerta Precoce, projetado para identificar e reportar rapidamente a presença de novas drogas e minimizar os riscos associados ao seu consumo e distribuição.

Nos últimos meses, a polícia e a Alfândega reforçaram os controles e apreensões, especialmente em aeroportos e áreas de alto tráfego de entorpecentes.

Durante 2024, segundo as autoridades, se incautaram 1.051 quilogramas de drogas, principalmente cocaína, maconha, metanfetamina e canabinoides.

Nesse ano, também foram sancionadas 1.157 pessoas ligadas ao tráfico de entorpecentes.

O consumo de drogas é tratado principalmente como uma questão de ordem pública, e por isso o governo anunciou medidas para combatê-lo, como uma recente cruzada em vários bairros da Havana.

Em dezembro de 2024, foram realizados vários “juízos exemplares” relacionados ao narcotráfico, que incluíram penas de até 15 anos de prisão por posse e venda de pequenas quantidades de substâncias.

Perguntas frequentes sobre o impacto de "El Químico" na sociedade cubana

O que é "El Químico" e por que é tão perigoso?

"El Químico" é um canabinoide sintético projetado para imitar os efeitos da maconha, mas é muito mais potente e perigoso. É fabricado de forma clandestina utilizando ingredientes tóxicos como formol e anestésicos veterinários, o que aumenta o risco de intoxicações e mortes por overdose. Seus efeitos podem ser devastadores a curto e longo prazo, afetando tanto a saúde mental quanto física dos consumidores.

Como "El Químico" está afetando os jovens em Cuba?

"El Químico" está gerando uma profunda preocupação em Cuba devido aos seus efeitos devastadores na saúde dos jovens. Seu consumo pode levar à perda de valores e autoestima, e muitos jovens acabam fisicamente deteriorados e enfrentando um caminho de sofrimento que pode culminar na morte por overdose. A droga se tornou popular entre os jovens devido ao seu baixo custo e rápida ação, o que aumenta sua demanda e o risco de dependência.

Que ações o governo cubano está tomando para combater o consumo de "El Químico"?

As autoridades cubanas intensificaram as operações antidrogas, prendendo pessoas envolvidas na venda de "El Químico". No entanto, existe uma necessidade urgente de fortalecer as estratégias de prevenção e educação para combater o consumo e a distribuição dessa droga perigosa. A criação do Observatório Nacional de Drogas é um passo nessa direção, embora sua efetividade ainda esteja por ser verificada.

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