A situação de saúde de Damir Ortiz Ramírez, um menino cubano de 10 anos diagnosticado com neurofibromatose tipo 1 e que apresenta um neurofibroma plexiforme no olho direito, agrava-se com um diagnóstico de leucemia aguda, comunicado nesta sexta-feira à sua mãe pelos médicos cubanos.
Em seu perfil do Facebook, Eliannis Ramírez confirmou a má notícia e expressou que seu filho requer toda sua atenção e ela permanece atenta à sua evolução.
"Neste momento, a menor coisa boa que aconteça, como manter as plaquetas em 38 ou não ter sangramento pelo nariz ou expelir um pouco de catarro, é uma grande conquista", expôs em seu post.
Embora tenha afirmado estar devastada pelo diagnóstico de leucemia, opinou que está "mais forte do que nunca" e sentiu tranquilidade ao conhecer a terrível atualização. "Senti paz porque já vi o rosto do que está matando meu filho e vou lutar contra essa leucemia, podem ter certeza. Damir e eu conseguimos enfrentar tudo".
Miguel Ángel Ruano Sanchez, presidente do Gremio Médico Cubano Libre, explicou em um vídeo do Facebook que o tipo de leucemia que Damir está enfrentando ainda não foi possível definir, pois precisam realizar análises para determinar.
No entanto, segundo Ruano, os médicos inicialmente propuseram aplicar um tratamento de quimioterapia sem especificar qual.
Posteriormente, prometeram que já tinham o soro citostático que seria administrado a Damir, quando nem sequer conhecem o tipo de leucemia que ele padece.
Com isso, recorrem mais uma vez a "política demagógica, a verborreia à qual nos têm acostumados", disparou Ruano.
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Na última atualização sobre a saúde da criança, Ruano, que participou por videoconferência do boletim médico deste sábado, informou que na sala do Instituto de Neurologia onde o infante está internado, apareceram os diretores desse centro e do Instituto de Hematologia.
Segundo relataram os médicos, avaliaram a possibilidade de transferir Damir para o Instituto de Hematologia, pois é um hospital "mais novo", após o menino já ter sido levado do Hospital Pediátrico Juan Manuel Márquez para o Instituto de Neurologia.
"Damir não é uma bola de pingue-pongue, não vai sair do Instituto de Neurologia e Neurocirurgia sob nenhuma circunstância; lá ele tem o que precisa, tem sua sala de terapia intensiva, tem seu intensivista, tem tudo o que precisa, eles já nos mostraram isso. Ele fica lá, mudem-se vocês para cá como têm feito até agora", respondeu Ruano.
A batalha pela visa
Por sua vez, a ativista Yamilka Lafita, conhecida nas redes sociais como Lara Crofs, escreveu que, após a negativa de visto humanitário por parte das autoridades estadunidenses, a oposicionista Diasniurka Salcedo Verdecia tem continuado a realizar todo tipo de esforços para conseguir levar a criança aos Estados Unidos, onde ela poderia receber o tratamento necessário.
Em sua denúncia sobre a situação do pequeno, Lafita responsabilizou o Ministério da Saúde Pública de Cuba por não ter querido emitir um documento reconhecendo que não possuem as condições para salvar a vida de Damir e, assim, justificar perante as autoridades americanas o visto humanitário.
A sua vez, dirigiu-se às autoridades dos Serviços de Imigração e Cidadania (USCIS) e alegou: "Sabemos que o prazo regulamentar é de três a quatro meses, mas Damir possui um I-130, que é um recurso para conceder um visto expedito".
A Embaixada dos Estados Unidos em Havana ratificou nesta sexta-feira a negativa do visto humanitário solicitado para Damir e sua mãe, pois, como comunicaram no dia 6 de fevereiro passado, são "inelegíveis".
Em um documento, argumentaram que não conseguiram demonstrar que o propósito da viagem aos Estados Unidos é consistente com a classificação do visto de não imigrante solicitado.
Como alternativa, a sede consular sugeriu tramitar um parole humanitário, que deve ser solicitado e aprovado nos Estados Unidos com as autoridades dos Serviços de Imigração e Cidadania (USCIS).
Apesar de ter gerido o procedimento em um hospital em Miami, Florida, e de ter iniciado uma campanha no GoFundMe para arrecadar 40.000 dólares destinados a cobrir os gastos médicos e de viagem, a criança continua sem poder sair do país.
Para obter um visto humanitário que permitisse a transferência de Damir para os Estados Unidos, era necessário ter uma carta de autorização do Ministério da Saúde Pública de Cuba (MINSAP).
Perguntas frequentes sobre o caso do menino cubano Damir Ortiz e sua situação de saúde
Qual é a situação de saúde atual de Damir Ortiz?
Damir Ortiz, um menino cubano de 10 anos, foi diagnosticado com neurofibromatose tipo 1 e um neurofibroma plexiforme no olho direito, além de leucemia aguda. Seu estado de saúde é crítico, enfrentando complicações como danos renais e inflamação ocular severa. Sua mãe, Eliannis Ramírez, denunciou a falta de recursos adequados no sistema de saúde cubano para tratar sua condição.
Por que foi negado a Damir um visto humanitário para receber tratamento nos Estados Unidos?
A Embaixada dos Estados Unidos em Havana negou o visto humanitário a Damir devido à falta de documentação adequada por parte do Ministério da Saúde Pública de Cuba (MINSAP). O MINSAP se negou a emitir uma carta de autorização necessária para o visto, argumentando que Cuba dispõe dos recursos necessários para tratar do menor. Sem essa carta, o pedido de visto não atende aos requisitos estabelecidos pela embaixada.
Que ações foram tomadas para ajudar Damir?
Se realizaram múltiplos esforços para ajudar Damir, incluindo uma campanha de arrecadação de fundos no GoFundMe para cobrir as despesas médicas e de viagem. Ativistas denunciaram a situação nas redes sociais e tentaram organizar sua transferência para um hospital em Miami, onde ele pode receber tratamento especializado que não está disponível em Cuba. No entanto, a falta de documentação por parte do MINSAP continua sendo um obstáculo significativo.
Qual é a postura do governo cubano em relação ao caso de Damir?
O governo cubano usou o caso de Damir como um exemplo de seu sistema de saúde, alegando que o país possui os recursos necessários para seu tratamento. Afirmaram que transferir a criança para outro país poderia agravar sua condição, justificando assim a recusa em emitir a carta de autorização necessária para sua saída. Essa postura tem sido criticada por ativistas e defensores dos direitos humanos.
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