Jornalista oficialista questiona a falta de explicações sobre a venda de gasolina em dólares em Cuba

A comunicadora expressou seu desconforto diante da ausência de explicações do governo sobre essa medida.

Ana Teresa BadiaFoto © Collage Redes sociais

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A jornalista oficialista Ana Teresa Badía gerou debate nas redes sociais ao questionar a falta de informações oficiais do governo cubano sobre a venda exclusiva de gasolina especial em dólares.

Através de seu perfil em redes sociais, Badía expressou seu desconcerto diante da ausência de explicações do governo sobre essa medida.

“Sem dizer nada oficialmente novamente? Será verdade ou mentira? Confio em quem publica, mas é difícil acreditar que, se for verdade, a decisão tenha sido tomada sem uma explicação. E sim, é necessário explicar”, escreveu a comunicadora, deixando transparecer sua preocupação com a falta de transparência sobre o assunto.

Publicação de Facebook/Ana Teresa Badia

A União Cuba-Petróleo (CUPET) -e outras fontes oficialistas- informou recentemente sobre mudanças na comercialização de combustíveis, assegurando que serão priorizados os postos de serviço que vendem em dólares diante do déficit de gasolina especial.

Publicação de Facebook/Lázaro Manuel Alonso

As declarações de Badía geraram diversas reações entre os usuários, alguns apoiando seu apelo à transparência e outros questionando o papel dos meios de comunicação oficiais na divulgação de informações governamentais.

Em janeiro, Badia também sdestacou as numerosas interrogações que surgiram com a abertura de um supermercado em dólares, localizado no térreo do hotel Gran Muthu Habana, na capital cubana.

Questionou a decisão de que o novo supermercado só permite pagamentos em dólares, seja em dinheiro ou com cartões de crédito internacionais, excluindo os cartões em Moneda Livremente Convertible (MLC) que são comumente utilizados em outros estabelecimentos similares.

Crise do combustível e dificuldades econômicas

A crise do combustível em Cuba se intensificou nos últimos meses, com constantes relatos de desabastecimento, longas filas nos postos de gasolina e restrições na venda.

A limitação na comercialização de gasolina especial reforça a percepção de que o Estado prioriza a arrecadação de divisas em detrimento do acesso equitativo aos recursos.

O crescente uso do dólar em transações oficiais se insere em uma política econômica mais ampla de dolarização parcial, que se tem estendido a setores como a alimentação, a venda de eletrodomésticos e, agora, o combustível.

Em dezembro de 2024, o regime cubano aprovou um documento que regula oficialmente a circulação do dólar no país, consolidando seu papel como a moeda de referência para muitas atividades econômicas, enquanto o peso cubano continua perdendo valor.

Perguntas frequentes sobre a venda de gasolina em dólares em Cuba e a dolarização parcial

Por que o governo cubano vende gasolina especial apenas em dólares?

A venda de gasolina especial em dólares se deve à escassez deste combustível na ilha, segundo a União Cuba-Petróleo (CUPET). Esta medida faz parte de uma tendência de dolarização parcial no setor energético, com o objetivo de captar divisas e priorizar o acesso a recursos limitados.

Qual é o impacto da dolarização parcial na economia cubana?

A dolarização parcial em Cuba gera desigualdade social ao limitar o acesso a bens essenciais apenas àqueles que possuem divisas. Isso afeta setores como alimentação, eletrodomésticos e combustíveis, excluindo a maior parte da população que recebe seu salário em moeda nacional.

Como a população cubana reagiu à abertura de supermercados em dólares?

A abertura de supermercados que operam exclusivamente em dólares gerou indignação na população cubana. Muitos cidadãos criticam essas medidas por aumentar a exclusão econômica e a desigualdade, já que a maioria não tem acesso a divisas estrangeiras.

O que o governo cubano disse sobre a dolarização parcial?

O governo cubano justifica a dolarização parcial como uma medida necessária para controlar o fluxo de divisas e combater o mercado cambial ilegal. No entanto, não ofereceu soluções para aqueles que não têm acesso a dólares, o que perpetua as desigualdades econômicas no país.

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