Arjona sobre as deportações de Trump: "Devemos pensar também nos canalhas dos nossos governantes."

Afirmou que o mandatário estadunidense "está se comportando mal com nossos indocumentados", mas a crítica mais contundente foi dirigia aos governos latino-americanos.


O cantautor guatemalteco Ricardo Arjona expressou seu ponto de vista sobre as políticas migratórias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e responsabilizou os governantes latino-americanos pela difícil situação de quem se vê obrigado a emigrar em busca de uma vida melhor.

Em resposta a uma pergunta durante a apresentação de seu novo álbum "Seco" em Miami, Florida, Arjona afirmou que Trump "está se comportando mal com nossos indocumentados", mas a crítica mais contundente foi direcionada aos governos latino-americanos.

“É preciso começar a pensar qual a responsabilidade daquela turma de canalhas que são nossos governantes, que deixaram nossos compatriotas passando vergonha em outro lugar”, declarou.

“Todos esses corruptos que roubam tudo e permitem que essas coisas aconteçam”, acrescentou o artista, que também tentou responder com a interpretação de seu tema Mojado, no qual aborda o fenômeno da migração e seus desafios.

Arjona: um mestre da poesia transformada em canção

Nascido em 19 de janeiro de 1964 na cidade de Jocotenango, Ricardo Arjona construiu uma carreira marcada por sua capacidade de transformar o cotidiano em versos inesquecíveis.

Seu talento para capturar emoções e narrá-las com um estilo único o posicionou como um dos cantores e compositores mais influentes da música latina.

Ao longo dos anos, durante os quais não faltaram detratores, ele explorou diversos gêneros, sempre mantendo a essência de suas letras, que combinam crítica social, amor e reflexão com uma profundidade inconfundível.

Trump e suas políticas migratórias

Desde seu retorno à presidência em janeiro de 2025, Donald Trump implementou uma série de políticas que intensificaram as medidas contra os imigrantes nos Estados Unidos.

En seus primeiros dias de mandato, ordenou às agências de imigração aumentar significativamente as deportações e as prisões, além de instruir os agentes fronteiriços a devolver sumariamente os migrantes que cruzam a fronteira de forma ilegal.

Além disso, entre outras medidas, desativou o aplicativo CBP One, utilizado anteriormente para agendar cruzamentos fronteiriços; acabou com o "parole" humanitário e suspendeu indefinidamente o programa de admissão de refugiados, afetando países como Ucrânia e Afeganistão, e negando a entrada a 22.000 pessoas que já haviam sido aprovadas após os procedimentos de seleção exigidos.

Planeja restaurar a política de "Permanecer no México", que obriga os solicitantes de asilo a esperar nesse território enquanto seus casos são processados. Além disso, desdobrou militares na fronteira; ordenou a reinicialização da construção do muro fronteiriço; e planeja enviar até 30 mil deportados para a Base Naval de Guantánamo.

Também tentou eliminar o direito à cidadania por nascimento por meio de ordens executivas. No entanto, essa ação enfrenta desafios legais e foi bloqueada pelos tribunais por ser considerada inconstitucional.

Perguntas frequentes sobre as declarações de Ricardo Arjona e as políticas de imigração de Trump

O que Ricardo Arjona achou sobre as deportações de Trump?

Ricardo Arjona criticou as políticas migratórias de Donald Trump, afirmando que o presidente "está se comportando mal com nossos indocumentados". No entanto, também apontou a responsabilidade dos governantes latino-americanos, a quem qualificou de "sem-vergonhas", pelas condições que obrigam muitos a emigrar. Arjona enfatizou que os governos corruptos da América Latina têm uma grande parte da responsabilidade na migração forçada.

Quais são as medidas migratórias implementadas por Trump em seu segundo mandato?

Desde seu retorno à presidência em 2025, Donald Trump intensificou as medidas contra os imigrantes, incluindo o aumento das deportações e prisões, a retomada da construção do muro fronteiriço e a intenção de eliminar o direito à cidadania por nascimento. Trump também busca restaurar a política de "Permanecer no México" e mobilizou militares na fronteira.

Quais acordos a Guatemala fez com os Estados Unidos a respeito dos migrantes?

Guatemala, sob a liderança do presidente Bernardo Arévalo, concordou em aceitar migrantes de outras nacionalidades deportados dos Estados Unidos. Esses migrantes serão posteriormente retornados aos seus países de origem às custas dos EUA. Este acordo também inclui um aumento de 40% nos voos de pessoas deportadas.

Como a política migratória de Trump afetou a relação com a Colômbia?

A relação entre os Estados Unidos e a Colômbia se tornou tensa devido à negativa inicial do presidente colombiano, Gustavo Petro, de aceitar voos com deportados. Em resposta, Trump impôs tarifas de 25% sobre as importações colombianas, o que levou a Colômbia a aceitar as condições americanas para evitar um impacto econômico maior. As tensões refletem diferenças ideológicas e geraram preocupação internacional.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.