Assim foi a chegada a Miami do cubano-americano Enrique Tarrío após receber indulto de Trump

Tarrío, que foi condenado a 22 anos de prisão por seu papel nos distúrbios do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, expressou sua gratidão a Trump.


Enrique Tarrío, exlíder do grupo ultranacionalista Proud Boys, chegou nesta quarta-feira ao Aeroporto Internacional de Miami após receber um perdão do ex-presidente Donald Trump.

Tarrío, quem foi condenado a 22 anos de prisão por seu papel nos distúrbios do Capitolio em 6 de janeiro de 2021, expressou sua gratidão a Trump e criticou duramente o processo judicial que o levou à prisão.

"Promessas feitas, promessas cumpridas. E a justiça foi feita em 21 de janeiro de 2025", afirmou Tarrío em declarações à imprensa local após ser libertado na terça-feira.

Ao chegar a Miami em um voo comercial, foi recebido por sua mãe, pessoas próximas, jornalistas e um pequeno grupo de simpatizantes que o aplaudiram e fotografaram.

Críticas ao processo judicial

Tarrío denunciou irregularidades no sistema judicial, qualificando o processo como tendencioso.

"Não vou tolerar a violência, mas o processo não se tratou do que fizeram. Trata-se de como íamos a julgamento e de como o Departamento de Justiça processava esses casos", apontou.

Segundo ele, o júri foi parcial e foram apresentadas provas que “não seriam toleradas em nenhum outro distrito”.

O ex-líder dos Proud Boys apontou diretamente para o ex-procurador geral Merrick Garland e o promotor Matthew Graves, sugerindo que ambos deveriam ser investigados.

"Fui feito justiça, mas ainda há muitas perguntas a serem respondidas sobre como esse processo foi conduzido", afirmou Tarrío.

Indultos em massa por parte de Trump

O indulto presidencial, uma das primeiras ordens executivas assinadas por Trump ao reassumir o cargo, comutou as penas de mais de 1.500 pessoas relacionadas com os distúrbios no Capitólio, incluindo 14 membros de grupos extremistas como os Proud Boys e os Oath Keepers.

Stewart Rhodes, fundador de Oath Keepers e condenado a 18 anos de prisão por conspiração sediciosa, foi outro dos liberados.

Trump justificou sua decisão ao afirmar que os condenados "já haviam cumprido anos na prisão em condições desumanas".

Em seu primeiro dia de volta na Casa Branca, o presidente reverteu o que qualificou como o maior processo judicial na história do Departamento de Justiça.

Polêmica nacional

O indulto gerou um debate nacional. Enquanto alguns consideram a medida como um ato de justiça, outros a veem como uma trivialização da gravidade do ataque ao Capitólio, um evento que deixou mais de 100 policiais feridos e minou os fundamentos da democracia americana.

Entre os liberados, há mais de 250 pessoas condenadas por agressões, muitas delas flagradas por câmeras enquanto atacavam a polícia com mastros de bandeira, muletas e spray de pimenta.

Em contraste, os simpatizantes de Trump celebraram a decisão, qualificando os acusados como "vítimas de perseguição política".

Enrique Tarrío: reconstrução após a prisão

Após sua libertação, Enrique Tarrío manifestou sua intenção de reconstruir sua vida em Miami.

"Nossa organização segue em frente", afirmou, referindo-se aos Proud Boys.

Embora sua libertação tenha sido motivo de celebração para alguns, o caso continua sendo um ponto controverso na política americana, com implicações para o futuro do Departamento de Justiça e do próprio Trump.

O retorno de Tarrío, assim como os indultos massivos concedidos por Trump, ressaltam o ambiente polarizado que persiste no país após os eventos de 6 de janeiro de 2021.

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