Trump invoca a Lei de Inimigos Estrangeiros e declara emergência na fronteira com o México

Trump endurece políticas migratórias nos EUA, declara emergência na fronteira, reativa o muro e elimina a cidadania por nascimento. Mobiliza tropas e designa cartéis como terroristas. As medidas enfrentam desafios legais.

Primeiro dia de trabalho do novo presidente dos Estados UnidosFoto © X / @CasaBranca

Vídeos relacionados:

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira uma série de ordens executivas em seu primeiro dia de volta à Casa Branca, com o objetivo de endurecer as políticas migratórias e reforçar a segurança na fronteira.

Entre as medidas mais destacadas estão a declaração de emergência na fronteira com o México, a reativação da construção do muro fronteiriço e a eliminação da cidadania por nascimento para filhos de imigrantes indocumentados.

Trump justificou essas ações com a premissa de conter o que qualificou como uma "desastrosa invasão" na fronteira sul do país. Segundo o mandatario, essas medidas fazem parte de sua "revolução do bom senso" e buscam priorizar a segurança e os recursos dos cidadãos norte-americanos.

Além disso, de acordo com o publicado por El País, o novo inquilino da Casa Branca ordenou a mobilização de tropas do exército para reforçar a vigilância e frear a imigração irregular.

Entre os decretos assinados, destaca-se a designação dos cartéis de drogas mexicanos e da gangue Tren de Aragua como organizações terroristas internacionais. Esta medida pode ter implicações significativas na relação bilateral entre os Estados Unidos e o México, além de abrir a porta para intervenções mais agressivas em território estrangeiro.

Um dos pontos mais controversos das novas disposições é a eliminação da cidadania por nascimento. A ordem executiva estabelece que os filhos de imigrantes indocumentados ou com vistos temporários, como estudantes e turistas, não terão direito automático à nacionalidade americana.

Especialistas jurídicos já alertaram que essa medida pode enfrentar importantes obstáculos judiciais, uma vez que a décima quarta emenda da Constituição protege esse direito. De fato, a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) entrou com uma ação contra a ordem.

Outra medida relevante é a suspensão do programa de asilo, que impede a chegada de novos solicitantes desde 27 de janeiro. A decisão deixou milhares de migrantes em uma situação incerta, especialmente aqueles que haviam agendado compromissos por meio do aplicativo CBP One, que parou de funcionar repentinamente.

Espera-se que muitas dessas ações executivas enfrentem uma forte oposição nos tribunais, o que pode atrasar sua implementação.

Enquanto isso, a comunidade migrante e as organizações de defesa dos direitos humanos expressaram sua preocupação com o impacto que essas políticas podem ter em milhares de famílias e na estabilidade da região fronteiriça.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.