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Em um país onde a escassez de alimentos afeta milhões de pessoas, o hotel Sol Cayo Coco, pertencente à rede Meliá Hotels International, em Ciego de Ávila, celebrou nesta segunda-feira o Natal russo com um luxuoso jantar e danças.
Este fato evidencia os profundos contrastes que existem em Cuba, onde os destinos turísticos reservados para estrangeiros operam em uma realidade completamente alheia às carências da população local.
“Em Sol Cayo Coco, gostamos de celebrar diferentes culturas e suas tradições. Esta tarde, celebramos o Natal russo”, apontou o hotel em seu perfil no Facebook.
Na seção de comentários, a instalação turística se gabou: “Organizamos jantares, coquetéis e festas para clientes habituais e convidados da maioria das nacionalidades visitantes, incluindo o Canadá”, apresentando uma realidade “lavada” do país, com uma opulência distante da realidade.
De forma quase irônica, o perfil destacou que não apenas organizam celebrações para festividades russas e de outras nações, mas também “celebramos o dia da cubania todas as sextas-feiras”.
No caso do Natal russo, celebrado em 7 de janeiro segundo o calendário juliano, houve – como se pode ver nas fotos compartilhadas – um banquete especial e atividades culturais destinadas aos visitantes.
Enquanto isso, nas ruas da ilha, os cubanos enfrentam longas filas e dificuldades para acessar produtos básicos como pão, leite ou óleo, refletindo a disparidade entre as experiências dos turistas e a vida cotidiana no país.
O fim de ano em Cuba mostrou mais uma vez o luxo, a abundância de comida e as festas nos hotéis, enquanto o povo enfrenta uma profunda crise e muitos trabalhadores não têm um pedaço de carne para levar às suas mesas e compartilhar em família.
Enquanto alguns hotéis de luxo, como o Grand Sirenis Cayo Santa María e o Hotel Playa Cayo Santa María Beach Resort & SPA, exibiram nas redes sociais imagens de opulentas festas de fim de ano com abundante comida e bebidas, a maioria dos cubanos enfrentou um encerramento de ano marcado pela escassez, os apagões e as dificuldades econômicas.
Na mesma narrativa, a multinacional hoteleira espanhola Barceló negou que haja escassez de alimentos em Cuba e, para demonstrar isso, publicou imagens de sua oferta gastronômica no restaurante do resort Solymar em Varadero.
“Escassez em Cuba? Não neste momento”, disse um participante anônimo no grupo do Facebook Barceló Solymar - Occidental Arenas Blancas, criado por Alejandro Florat, gerente de comunidade do Grupo Barceló na Ilha.
Perguntas frequentes sobre as celebrações em hotéis de Cuba e a escassez de alimentos
Como foi celebrada a Natal russa no hotel Sol Cayo Coco?
O hotel Sol Cayo Coco celebrou o Natal russo com um jantar luxuoso e danças, organizando um banquete especial e atividades culturais para os turistas. Esta celebração contrasta com a situação de escassez que enfrenta a população cubana, que luta para ter acesso a produtos básicos.
Por que há uma diferença entre a vida dos turistas e dos cubanos em Cuba?
A diferença se deve às políticas de abastecimento e consumo diferenciadas. Enquanto os turistas desfrutam de produtos de luxo em áreas turísticas, os cubanos enfrentam uma escassez crônica de produtos básicos e precisam lidar com longas filas e preços elevados para obter alimentos e bens essenciais.
Qual é o impacto da crise alimentar em Cuba?
A crise alimentar em Cuba tem afetado a população local, dificultando o acesso a alimentos básicos e aumentando os preços. Os cubanos enfrentam longas filas para conseguir produtos essenciais como pão, leite ou óleo. Essa situação também impactou negativamente a imagem turística da ilha.
Como tem respondido o governo cubano à escassez de alimentos?
O governo cubano tem sido criticado por se concentrar em eventos turísticos e gastronômicos, em vez de abordar diretamente a escassez de alimentos. A eliminação dos subsídios à cesta básica agravou a situação, afetando os setores mais vulneráveis da população.
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