Edmundo González convoca as Forças Armadas da Venezuela a defender a soberania e a vontade popular

"É o momento de agir com determinação e unidade para proteger nossa Venezuela, restaurar a soberania popular e garantir a paz e a estabilidade da nação", afirmou o presidente eleito.


O presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia, dirigiu-se aos membros da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), apelando à sua responsabilidade histórica e constitucional na defesa da pátria.

Em um comunicado divulgado neste domingo nas redes sociais, González Urrutia ressaltou que, de acordo com a Constituição, está convocado a assumir o papel de comandante em chefe a partir de 10 de janeiro, com a missão de direcionar os esforços para a proteção das famílias venezuelanas e a construção de um futuro de bem-estar e prosperidade para todos.

Em sua mensagem, pediu à FANB que atuasse com honra, méritos e consciência, reafirmando seu papel como garantidora da soberania e do respeito à vontade popular.

"É nosso dever agir guiados pelos valores que nos unem como uma instituição fundamental da República", afirmou González, ressaltando a necessidade de pôr fim ao que ele chamou de uma cúpula que tem desvirtuado os princípios fundamentais e morais das Forças Armadas.

O chamado também incluiu um convite para reafirmar o compromisso com a pátria, ressaltando que muitos membros da FANB expressaram seu desejo de mudança votando contra essa cúpula, que, segundo suas palavras, não garante estabilidade nem um futuro para o país.

"É o momento de agir com determinação e unidade para proteger nossa Venezuela, restaurar a soberania popular e garantir a paz e a estabilidade da nação", destacou, enfatizando a importância de permanecermos fiéis ao marco legal estabelecido na Constituição em vigor.

O comunicado foi finalizado com uma mensagem de encorajamento e compromisso: "Meu compromisso é com vocês e com o povo da Venezuela. Avante com honra e coragem! Glória ao Bravo Povo!".

Contexto político: convocações para a mobilização e militarização do país

A mensagem de González chega em um momento de alta tensão política e social na Venezuela.

A líder da oposição María Corina Machado convocou mobilizações em massa em todo o país para esta quinta-feira, 9 de janeiro, no que ela classificou como "uma jornada crucial para o país". Machado pediu aos cidadãos que ocupassem as ruas como uma forma de demonstrar seu repúdio ao governo de Nicolás Maduro e apoiar uma mudança democrática.

“Esta é a sinal. Este é o dia! O dia em que unimos nossa bandeira em um só grito de Liberdade. A Venezuela precisa de você. De todos, juntos. De todos! Eu vou com você. Neste 9 de janeiro, TODOS às ruas, na Venezuela e no mundo”, destacou.

Por outro lado, Maduro respondeu com um aumento da militarização na Venezuela, anunciando a mobilização de tropas em diversas regiões estratégicas. De acordo com declarações oficiais, essas ações visam garantir a estabilidade frente a "tentativas de desestabilização". No entanto, críticos afirmam que se trata de uma estratégia para intimidar os setores opositores e evitar um levante popular.

Nesse contexto, o apelo de González Urrutia à FANB pode marcar um ponto de inflexão, ao se referir diretamente ao papel das forças armadas como defensoras da vontade popular e não de um grupo político. As próximas horas serão cruciais para definir o rumo político e social do país.

Devido à sua importância, CiberCuba disponibiliza o texto completo do comunicado do presidente eleito da Venezuela:

Aos membros da Força Armada Nacional Bolivariana:

Nestes momentos decisivos para nossa pátria, dirijo-me a vocês com a certeza de que juntos superaremos os desafios que enfrentamos como instituição e como nação.

Segundo a Constituição de 1999, promovida por Hugo Chávez Frías em 10 de janeiro, pela vontade soberana do povo venezuelano, eu devo assumir o papel de Comandante em Chefe, com a responsabilidade de proteger nossas famílias e direcionar nossos esforços rumo a um futuro de bem-estar e prosperidade para todos os venezuelanos.

Nossa Força Armada Nacional tem a missão de garantir a soberania e o respeito à vontade popular. É nosso dever agir com honra, mérito e consciência, guiados pelos valores que nos unem como uma instituição fundamental da República.

É necessário pôr fim a uma cúpula que tem distorcido os princípios fundamentais e morais das nossas Forças Armadas.

Muitos de vocês manifestaram seu desejo de mudança junto com o restante dos venezuelanos, expressando isso ao votar contra aquela cúpula que não representa uma garantia de estabilidade nem um futuro para a Venezuela.

É o momento de reafirmar nosso compromisso com a pátria. A partir de 10 de janeiro, devemos agir com determinação e unidade para proteger nossa Venezuela.

Nossa missão é restaurar a soberania popular, manifestada no voto, garantir a paz e a estabilidade da nossa nação. Assim, nosso dever é respeitar o arcabouço legal estabelecido na Constituição vigente, orientando nossas ações para a proteção das famílias venezuelanas, de forma digna e honrosa, sem extorsão nem manipulação.

Meu compromisso é com vocês e com o povo da Venezuela. Avante com honra e coragem! Glória ao Bravo Povo!

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Redação do CiberCuba

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