Mulher é esfaqueada pelo companheiro em Santiago de Cuba

O agressor deixou a esposa trancada na casa para que ela se esvaísse em sangue. Em seguida, entregou-se à polícia.

Ambulancia en Cuba (Imagen de referencia) © Periódico 26 / Reynaldo López Peña
Ambulância em Cuba (Imagem de referência)Foto © Periódico 26 / Reynaldo López Peña

Vídeos relacionados:

Uma mulher foi esfaqueada pelo parceiro na noite de sábado na casa da família, no bairro Los Pinos, em Santiago de Cuba.

Segundo relatos de vizinhos e fontes próximas ao jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada, o agressor a deixou trancada na casa para que ela se esvaísse em sangue.

"Já o homem se entregou", acrescentou.

Felizmente, a vítima, chamada Olguita, sobreviveu ao ataque e está internada em condição estável, embora tenha precisado de uma transfusão devido à quantidade de sangue que perdeu.

"Ele deu 14 facadas e achou que a havia matado antes de se entregar. Rápida recuperação", expressou uma mãe de família na publicação no Facebook.

Captura do Facebook / Yosmany Mayeta Labrada

O fato causou comoção na comunidade, não apenas pela violência exercida, mas porque todos concordam que se tratava de um casamento de muitos anos em que aparentemente se amavam e se entendiam bem.

"Que triste, e a mulher tão boa, dedicada à sua família, mas ao mesmo tempo digo o mesmo dele. Para quem os conhece, ele não era homem disso, mas só Deus conhece os motivos", disse Sulemis Mejias.

"Um casamento de mais de 30 anos juntos, opina-se porque os conhecemos como a palma das nossas mãos, qual das duas pessoas dedicadas a sua casa, à sua família. (...) Digo o que vivi desde criança, são meus vizinhos e nunca entre eles existiu nem um sim nem um não", ressaltou.

Com ela estava Bárbara López, professora, que destacou que eram um casal há anos e que "de nenhum deles nunca se falou nada, mas há tantos momentos na vida em que as pessoas perdem a cabeça...".

"Os dois eram pessoas tranquilas, eu moro em frente à casa deles", assegurou um homem.

"O bairro está comovido pela tragédia", ressaltou uma educadora.

Esse fato poderia ser classificado como uma tentativa de feminicídio, sendo assim, já seriam nove os registrados este ano, embora ainda seja necessário aguardar os dados coletados pelos observatórios independentes Alas Tensas e Yo Sí Te Creo em Cuba.

Até 19 de dezembro, ambos os grupos haviam confirmado um total de 55 feminicídios, oito tentativas de feminicídio e seis casos que ainda precisam de acesso à investigação policial. Além disso, foram relatados dois assassinatos de homens motivados por questões de gênero.

No dia 11 de dezembro, também em Santiago de Cuba, Yiliannis Bueno Espinosa, de 29 anos e mãe de duas meninas, foi assassinada por seu ex-parceiro.

A relação amorosa entre a jovem e seu assassino havia terminado, mas eles mantinham contato e ele costumava lhe dar dinheiro. Ao que parece, o motivo do crime foi que ela estava se envolvendo com outro homem.

Como no caso deste fim de semana, muitos concordaram em dizer que o agressor, que foi capturado, era uma pessoa nobre e sem qualquer problema judicial ou de violência doméstica.

Perguntas frequentes sobre a violência de gênero em Santiago de Cuba

O que aconteceu no caso da mulher esfaqueada em Santiago de Cuba?

Na noite de sábado, uma mulher chamada Olguita foi esfaqueada 14 vezes pelo seu parceiro em sua casa no bairro Los Pinos, Santiago de Cuba. Felizmente, ela sobreviveu ao ataque e está em condição estável. O agressor se entregou às autoridades após o incidente.

¿Cómo ha reaccionado la comunidad ante este incidente de violencia de género?

A comunidade de Santiago de Cuba está chocada com a violência do ataque, especialmente porque o casal era conhecido por ter um relacionamento aparentemente estável e amoroso por mais de 30 anos. Vizinhos e amigos expressaram sua surpresa e tristeza pelo ocorrido.

Como se compara este incidente com outros casos de violência de gênero em Cuba?

Esse ataque é parte de um alarmante aumento da violência de gênero em Cuba, onde foram registrados numerosos feminicídios e agressões em 2024. Segundo plataformas independentes, foram reportados 53 feminicídios este ano, refletindo uma crise de violência machista no país.

Quais medidas o governo cubano tomou para enfrentar a violência de gênero?

O governo cubano criou um sistema nacional para o registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento da violência de gênero, mas sua eficácia tem sido questionada. O feminicídio não está tipificado como um delito específico no Código Penal, o que limita as ações legais e preventivas.

Arquivado em:

Redacción de CiberCuba

Equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.