A UNE participará da marcha de combate em Havana: "Para celebrar os apagões e a miséria"

"Claro que devem estar lá, e em destaque, se não têm nada para fazer porque não há eletricidade", ironizou uma cubana na Internet.

Trabajadores de la Unión Eléctrica (Imagen referencial) © Unión Eléctrica UNE / Facebook
Trabalhadores da União Elétrica (Imagem referencial)Foto © Unión Eléctrica UNE / Facebook

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Os trabalhadores da União Elétrica (UNE) participarão nesta sexta-feira da Marcha do Povo Combatente convocada por Díaz-Canel, em uma tentativa de reafirmar sua liderança em meio à pior crise que o país enfrenta em sua história.

"Os trabalhadores do setor elétrico estarão presentes na marcha combativa hoje para exigir o fim do bloqueio e que Cuba seja retirada da lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo. Duas infâmias contra nosso povo que precisam cessar imediatamente", diz uma publicação compartilhada na página do Facebook da entidade.

Captura do Facebook / União Elétrica UNE

Dezenas de internautas comentaram na publicação, expressando sua indignação.

"Seus trabalhadores na marcha e o povo no escuro, bom objetivo de trabalho cumprido, não é verdade?", comentou uma idosa.

"Claro que têm que estar, e em destaque, se não têm nada que fazer porque não há corrente", ironizou uma mulher.

"Sigan marchando e não consertem o que estão fazendo de errado, pois o próximo colapso não terá remédio", apontou um homem.

"É incrível a falta de respeito desses dirigentes para com o povo, um desperdício de recursos para algo trivial, vago e hipócrita. Eles estão acabando com o pouco de socialismo que nos resta", disse outro.

"A celebrar os apagões e a miséria", sentenciou um médico.

Não foram poucos os residentes do interior que exigiram que os de Havana participassem da marcha, pois sofrem menos apagões.

"A esses sim não tiram a luz, enquanto a todos os outros não nos deixam viver", afirmou um matancero.

"Que vão os habaneros que não lhes tirem a luz, aqui em Mayabeque ontem foram 18 horas consecutivas sem eletricidade e hoje liguei para a atenção à população e são 20 horas sem luz, apenas quatro horas com luz," denunciou um residente do município de Bejucal.

Enquanto os trabalhadores da energia elétrica anunciam que participarão da manifestação, as quedas de energia pioram dia após dia, e já próximos ao Natal, muitos cubanos temem passar os dias de festa no escuro.

Para esta sexta-feira, a União Elétrica previu uma afetagem de 1525 MW durante a hora de pico. Isso ocorreu após que, no dia anterior, o serviço foi afetado por um déficit na capacidade de geração durante as 24 horas, com várias províncias praticamente sem energia e sem eletricidade durante toda a madrugada.

A recente convocação do governo para uma marcha gerou uma onda de críticas e frustração nas redes sociais.

Cidadãos indignados questionam a utilidade dessa mobilização em meio a uma profunda crise econômica marcada por apagões, escassez de alimentos e precariedade generalizada.

Os comentários nas redes sociais refletem um estado de opinião que está muito distante da suposta adesão majoritária que o regime proclama.

Os cubanos pedem soluções reais para seus problemas: alimentos, eletricidade e respeito pelos seus direitos fundamentais.

Perguntas frequentes sobre os apagões e a crise energética em Cuba

Por que a União Elétrica de Cuba participa da Marcha do Povo Combatente?

A União Elétrica (UNE) participa da Marcha do Povo Combatente para exigir o fim do bloqueio e que Cuba seja retirada da lista de países que patrocinam o terrorismo. Esta marcha, convocada pelo governo de Díaz-Canel, busca reafirmar sua liderança em meio a uma profunda crise energética que afeta o país.

Qual é a situação atual dos cortes de energia em Cuba?

A situação dos apagões em Cuba é crítica, com interrupções de até 14 a 20 horas diárias em muitas províncias. A falta de capacidade de geração e o déficit de combustível agravaram a crise energética, impactando gravemente a qualidade de vida dos cubanos.

Como reagem os cidadãos cubanos à crise energética?

Os cidadãos cubanos reagiram com indignação e frustração à gestão do governo na crise energética. As redes sociais tornaram-se um espaço de protesto, com comentários que criticam a falta de soluções e a ineficiência do regime em lidar com a crise.

Quais medidas o governo cubano adotou para enfrentar os apagões?

O governo cubano informou que está fazendo um "grande esforço financeiro" para importar combustíveis e reparar as termoelétricas. No entanto, essas ações são consideradas soluções de longo prazo, e não se espera uma melhora imediata na crise energética.

Como a desigualdade no fornecimento de eletricidade afeta as diferentes províncias cubanas?

A desigualdade no fornecimento de eletricidade é um problema significativo, com províncias fora de Havana enfrentando cortes mais prolongados e frequentes. Essa situação gera um sentimento de injustiça e abandono entre os residentes das províncias mais afetadas.

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