O governo cubano admite sua preocupação com os efeitos econômicos do retorno de Trump à Casa Branca

O governo cubano expressou sua preocupação com o impacto econômico do retorno de Trump à presidência durante um fórum em comemoração ao décimo aniversário do descongelamento das relações entre Havana e Washington.

Carlos Fernández de Cossío © X/CONAVIL - Empresa de Construcción y Montaje
Carlos Fernández de CossíoFoto © X/CONAVIL - Empresa de Construção e Montagem

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Um representante do governo cubano expressou oficialmente sua preocupação com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, apontando os efeitos negativos que isso poderia ter na economia já debilitada da ilha.

As declarações foram feitas durante um fórum de diálogo sobre as relações entre Havana e Washington, em comemoração ao décimo aniversário do início do chamado derretimento, pelo vice-ministro cubano de Relações Exteriores, Carlos Fernández de Cossío.

Segundo o funcionário, que foi citado pela agência Efe, é preocupante “o efeito que pode ter sobre nossa economia e, em particular, o impacto que pode causar no nível de vida da população uma maior hostilidade dos EUA, que demonstrou ser muito poderosa e ter uma capacidade destrutiva bastante eficaz para causar danos”.

De acordo com suas declarações, o cenário mais catastrófico da relação entre Estados Unidos e Cuba no novo mandato de Trump está sendo impulsionado por alguns cubanos exilados na Flórida, embora tenha considerado que, de modo geral, para o cidadão americano, "não deve ser do interesse".

O vice-ministro demonstrou otimismo diante do cenário que se aproxima. “Sabemos que seremos capazes de sobreviver. Dentro de quatro anos, o governo de Trump terá terminado e Cuba, a Cuba socialista, estará aqui”, afirmou, alinhando-se ao presidente Miguel Díaz-Canel, que há alguns dias destacou que, embora esse resultado fosse um cenário previsto, o país está preparado para enfrentá-lo.

Captura do Facebook/Rodney González Maestrey

Fernández de Cossío comentou sobre a administração do presidente Joe Biden, lamentando que ele tenha mantido a maior parte das medidas implementadas por Trump em seu primeiro mandato.

“Os EUA sabem que Cuba não patrocina o terrorismo. Mas também conhece perfeitamente o dano que pode causar mantendo-a na lista, e esse é o propósito que tem perseguido”, afirmou.

Durante seu primeiro mandato, Trump endureceu significativamente as sanções contra Cuba, implementando mais de 240 medidas restritivas que afetaram setores-chave da economia cubana, como turismo, remessas e comércio.

Sobre o descongelamento, do qual se completam dez anos desde o anúncio pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro, Fernández de Cossío sentenciou: “Cuba cumpriu todos os compromissos que assumiu, pois nosso objetivo era o progresso. O governo dos EUA não cumpriu quase nenhum deles. Portanto, é muito difícil afirmar que o incómodo era Cuba quando isso aconteceu.”

As declarações do vice-ministro cubano ocorrem um dia depois que o subsecretário de Estado americano Brian Nichols disse à Martí Noticias que foi uma “oportunidade perdida”, criticando a falta de avanços significativos em direitos humanos e reformas democráticas por parte do regime cubano.

Perguntas frequentes sobre os efeitos econômicos do retorno de Trump e a postura de Cuba

Por que o governo cubano está preocupado com o retorno de Trump à presidência dos EUA?

O governo cubano, através do vice-ministro de Relações Exteriores, Carlos Fernández de Cossío, expressou sua preocupação com o retorno de Donald Trump à presidência devido aos possíveis efeitos negativos sobre a economia cubana. Durante seu primeiro mandato, Trump implementou mais de 240 medidas restritivas que afetaram setores-chave como o turismo e as remessas, e há temores de que uma maior hostilidade dos EUA possa prejudicar ainda mais a economia da ilha.

Como Cuba planeja enfrentar as políticas de Trump?

O governo cubano, liderado por Miguel Díaz-Canel, expressou que está preparado para resistir a um aumento da agressividade por parte dos EUA e não cederá a tentativas de ingerência. Cuba promoverá o desenvolvimento por meio da criatividade e da inovação, sem abandonar o caminho socialista. Díaz-Canel afirmou que o país está pronto para enfrentar esse novo cenário com equanimidade, vigilância e sem medo.

Quais medidas Trump poderia implementar contra Cuba em seu segundo mandato?

Expecta-se que Trump possa intensificar as sanções econômicas e diplomáticas contra Cuba, revertendo as medidas de abertura implementadas pela administração Biden. Isso pode incluir um aumento nas restrições às remessas, ao comércio e a designação de Cuba como estado patrocinador do terrorismo, complicando ainda mais as relações bilaterais. Essas ações podem aprofundar a crise econômica em Cuba.

Qual tem sido a resposta de Díaz-Canel às políticas dos EUA?

Miguel Díaz-Canel tem mantido uma postura crítica em relação às políticas dos Estados Unidos, especialmente o embargo econômico, que ele atribui a muitos problemas internos em Cuba. Ele reafirmou que Cuba não cederá às pressões externas e continuará defendendo sua soberania e independência. Díaz-Canel também expressou disposição para dialogar com os Estados Unidos, sempre em um contexto de respeito e sem imposições.

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