O mandatário cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou na sexta-feira durante um discurso no IX Plenário do Partido Comunista que seu governo está preparado para enfrentar o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Durante sua intervenção aos comunistas cubanos, Díaz-Canel destacou que o mais recente cenário eleitoral nos Estados Unidos não pegou seu governo de surpresa e reafirmou sua disposição para resistir a qualquer aumento da agressividade em relação à ilha.
"O mais recente resultado eleitoral nos Estados Unidos não nos surpreendeu, assim como não nos surpreende a eufórica dança dos odiadores desesperados por cantar o fim da Revolução que não conseguiram derrotar", declarou o governante.
Além disso, afirmou que “conscientes dessa realidade, estamos prontos para enfrentar esse novo cenário com equanimidade e sem medo, mas alertas e preparados”.
Ele ressaltou que seu governo não cederá a tentativas de ingerência nem abandonará o rumo socialista. "A resposta não é, e não será, fazer concessões a quem se propõe a nos destruir e dominar. Superaremos as dificuldades atuais com criatividade, potencializando os programas de desenvolvimento com base no talento, na inovação, no trabalho e na resistência criativa", afirmou, recorrendo às suas tradicionais frases de conteúdo vazio.
De acordo com Díaz-Canel, mantêm uma disposição para o diálogo de forma respeitosa com os Estados Unidos, embora tenha deixado claro que qualquer tentativa de intervenção será rejeitada. “Manteremos a mão aberta ao povo dos Estados Unidos, especialmente aos cubanos que lá vivem, e a disposição para o diálogo respeitoso com seu governo. Mas será rejeitada com firmeza toda tentativa de ingerência”, indicou.
Apesar do tom desafiador do discurso de Díaz-Canel, a realidade interna de Cuba contrasta com a narrativa oficial.
A ilha enfrenta uma das crises econômicas mais severas em décadas, marcada pela escassez de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais, além de cortes de energia prolongados e um êxodo em massa de cidadãos em busca de melhores condições de vida.
Enquanto o governo insiste em culpar o embargo econômico dos Estados Unidos como a principal causa dessas dificuldades, críticos internos e externos apontam a ineficiência do modelo econômico cubano e a falta de reformas estruturais como fatores determinantes.
Especialistas apontam que as políticas internas, como a centralização excessiva e a falta de incentivos para a iniciativa privada, também têm contribuído para a deterioração das condições de vida.
Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Donald Trump implementou mais de 200 medidas restritivas contra Cuba, revertendo a aproximação iniciada por seu predecessor, Barack Obama.
Sobre o retorno de Trump à Casa Branca e seu impacto na política dos Estados Unidos em relação a Cuba, o congressista cubano-americano Mario Díaz-Balart afirmou que um segundo mandato de Trump poderia intensificar a pressão sobre os regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua.
Díaz-Balart afirmou que esses regimes "estão fracos e instáveis" e que, com quatro anos a mais de Trump na Casa Branca, teriam "muitas dificuldades para se manter no poder".
Perguntas frequentes sobre as relações Cuba-Estados Unidos após a vitória de Trump
Como o governo de Díaz-Canel se prepara para um possível retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos?
O mandatário cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou que seu governo está preparado para enfrentar o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Ele destacou que não cederão a tentativas de ingerência e promoverão o desenvolvimento por meio da criatividade e da inovação, sem abrir mão do socialismo.
Quais medidas Trump implementou contra Cuba durante seu primeiro mandato?
Durante seu primeiro mandato, Donald Trump implementou mais de 200 medidas restritivas contra Cuba, revertendo a aproximação iniciada por Barack Obama. Essas medidas incluíram restrições econômicas e diplomáticas, intensificando o embargo contra a ilha.
Qual é a postura de Díaz-Canel em relação ao embargo econômico dos Estados Unidos?
Miguel Díaz-Canel culpa o embargo econômico dos Estados Unidos por muitos dos problemas internos em Cuba, incluindo a crise econômica e a escassez de bens básicos. No entanto, críticos apontam que a ineficiência do modelo econômico cubano e a falta de reformas estruturais também são fatores determinantes.
Qual é a opinião do congressista Mario Díaz-Balart sobre o impacto de um segundo mandato de Trump em Cuba?
O congressista cubano-americano Mario Díaz-Balart expressou que um segundo mandato de Trump poderia intensificar a pressão sobre os regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Ele previu que essas ditaduras enfrentariam muitas dificuldades para se manter no poder sob uma administração Trump mais rigorosa.
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