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Os pais do prisioneiro político do 11J, Andy García Lorenzo, se mobilizaram em frente à prisão de Guamajal, em Santa Clara, nesta quarta-feira, para exigir informações sobre seu filho, que está em greve de fome há 14 dias em protesto contra a violação de seus direitos.
“Desde cedo, meus pais já estão do lado de fora da prisão de Guamajal, onde homens estão, para pedir informações sobre meu irmão Andy, que está hoje no 14º dia de greve de fome”, informou no Facebook a irmã do preso político, Roxana García Lorenzo.
A jovem denunciou que seus pais “estão sob vigilância da Segurança do Estado (SE) há dias” e responsabilizou esse corpo repressivo do regime cubano “por qualquer dano que eles possam sofrer”.
"Estaremos atentos a qualquer novidade sobre meu irmão, que nesta data deve estar em muito mal estado de saúde", afirmou Roxana, que nos últimos dias tem expressado sua preocupação com as condições em que se encontra seu familiar e exigido das autoridades a devolução a García das cartas pessoais que foram confiscadas e deram início à protesto.
"Recordem que contra Deus e seus filhos ninguém pode, vocês se acreditam com imunidade agora, mas isso não será para sempre... reflitam, SE," advertiu Roxana aos opressores.
A Segurança do Estado manteve vigilados os pais neste 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, uma situação que a mãe, Tairy Lorenzo Prado, denunciou em suas redes sociais e ao jornal independente CubaNet.
“Não vão nos calar”, destacou em seu perfil no Facebook, decidida a continuar exigindo o respeito pelos direitos de seu filho, começando pela devolução dos documentos que os oficiais da prisão apreenderam.
Dirigindo-se à Segurança do Estado, a mãe exigiu há alguns dias: “Quero meu filho Andy Dunier García Lorenzo vivo, leiam bem, vivooooo”.
Em um vídeo divulgado pela CubaNet, Lorenzo reiterou sua denuncia sobre as violações dos direitos humanos em Cuba, especialmente em relação ao seu filho, manifestante pacífico do 11 de julho de 2021. A mulher revelou que até esta terça-feira, dia 13 da greve de fome de García, ainda não havia sido realizado um exame de sangue nem lhe haviam devolvido os documentos que foram confiscados.
"Responsabilizamos a la Segurança do Estado pela saúde física de Andy, pela saúde emocional e pela integridade física. Estamos tornando os mecanismos da SE responsáveis por qualquer coisa que possa acontecer com Andy ou comigo, com seu pai ou com qualquer familiar", advertiu Lorenzo.
“O mundo precisa saber que em Cuba os direitos humanos são violados”, sentenciou. “Estamos reivindicando seus direitos, estamos exigindo suas cartas, estamos solicitando atenção médica vital. Os minutos passam, as horas passam, os dias passam, e cada minuto conta para a vida do meu filho”.
"Estão levando ao limite, e estão levando a família ao limite. O que vocês pensam? O que vocês acreditam? Que eu vou ficar em silêncio? Eu não vou ficar em silêncio!”, afirmou. “Os vizinhos me disseram que a Segurança do Estado está por toda parte. Eu não tenho medo. Eu simplesmente estou reivindicando os direitos do meu filho e vou continuar reivindicando até o último dia. (…) Andy não merece estar preso, quem merece estar preso são vocês, vocês que estão matando o povo, levando-o ao limite. Liberdade para Andy. Não vamos nos calar."
Andy García Lorenzo foi condenado pelo regime a quatro anos de privação de liberdade por participar das históricas protestas de 11 de julho de 2021, em Santa Clara, Villa Clara. Ele tem cerca de sete meses restantes para cumprir a pena.
Durante mais de três anos de reclusão, o jovem tem sido vítima de violações sistemáticas de seus direitos humanos, e também lhe foi negada a liberdade condicional e a redução da pena.
No final de 2022, sua irmã denunciou que García estava sofrendo torturas psicológicas, agressões e maus-tratos no campo de trabalho onde permanecia detido.
Em uma visita à prisão há algumas semanas, sua mãe o encontrou “extremamente magro, com os olhos fundos e dificuldades para respirar”. Aflita com o estado frágil do filho, Lorenzo revelou que “Andy mal conseguia falar, tinha que fazê-lo muito devagar porque já não tinha mais forças”.
A família teme por sua vida e lembrou que, durante uma greve de fome anterior, ele foi agredido e submetido a tratamentos desumanos por parte dos guardas da prisão.
A repressão do regime cubano contra os manifestantes de 11 e 12 de julho de 2021 (11J) não se traduziu apenas em encarceramentos em massa, mas também em um saldo trágico que inclui a morte de pelo menos quatro presos políticos sob custódia.
Perguntas frequentes sobre a situação de Andy García e os presos políticos em Cuba
Por que os pais de Andy García estão em frente à prisão?
Os pais de Andy García estão em frente à prisão de Guamajal para exigir informações sobre seu filho, que está em greve de fome há 14 dias. A manifestação é uma resposta à violação de seus direitos e à apreensão de suas cartas pessoais por parte da Segurança do Estado cubano.
O que Andy García exige com sua greve de fome?
Andy García exige a devolução de cartas pessoais confiscadas pelas autoridades penitenciárias. Sua greve de fome é um ato de protesto contra a violação de seus direitos humanos dentro das prisões cubanas.
Qual é o estado de saúde atual de Andy García?
O estado de saúde de Andy García é crítico. Ele está "extremamente magro, com os olhos fundos e dificuldades para respirar", disse sua mãe após uma visita antes de iniciar a greve de fome. Sua família expressou preocupação por sua vida, especialmente devido à greve e ao tratamento desumano que recebeu na prisão.
Qual é a reação da comunidade internacional em relação à situação dos presos políticos em Cuba?
A comunidade internacional tem denunciado as violações dos direitos humanos em Cuba, especialmente por meio de organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch. Apela-se para exercer pressão sobre o regime cubano a fim de garantir a segurança e a liberdade dos presos políticos.
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