Governo nega a existência de um vírus mortal e de “moscas assassinas” em Cuba

O governo cubano desmente rumores sobre um vírus mortal e “moscas assassinas” em uma tentativa desesperada de proteger a imagem do turismo, essencial para a debilitada economia da ilha.

Playa Varadero (Imagen de referencia) © CiberCuba
Playa Varadero (Imagem de referência)Foto © CiberCuba

A Embaixada de Cuba na Rússia desmentiu categoricamente os rumores divulgados sobre um suposto surto de um vírus mortal e ataques de "moscas assassinas" a turistas na ilha.

Em um comunicado oficial, Cristina León, conselheira para assuntos de turismo da missão diplomática cubana, afirmou que a situação epidemiológica no país é estável e que não há registros de tais incidentes, informou a RATA-News.

“Em Cuba não há nenhum surto de doenças causadas por vírus mortais nem ataques de moscas assassinas. Atualmente, a situação epidemiológica é estável”, afirmou a funcionária.

"Nas últimas semanas, não foi registrado um aumento nas solicitações de atendimento médico por febre em nenhuma região do país. Entre os vetores locais de doenças, não há nenhuma mosca agressiva capaz de transmitir doenças mortais por meio de sua picada", acrescentou.

A clarificação surge após diversas plataformas terem compartilhado informações supostamente erradas, vinculando Cuba à febre de Marburgo, uma doença grave e altamente contagiosa causada pelo vírus do mesmo nome.

Segundo detalhou a embaixada, este vírus foi identificado pela primeira vez em 1967 e tem provocado surtos em países da África, como Angola, Gana e Tanzânia, mas nunca em Cuba.

O último surto conhecido ocorreu em Ruanda em setembro de 2024 e foi controlado em outubro, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma que o risco de propagação global é baixo.

Cuba, segundo a embaixada, possui um programa sólido de controle médico internacional que abrange 100% de suas fronteiras, com mecanismos para detectar de forma oportuna possíveis doenças importadas, que vão desde o nível primário de atenção médica até o setor turístico.

Da mesma forma, o Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí, de reconhecido prestígio internacional, garante um alto nível de diagnóstico e tratamento no país.

O comunicado também desmentiu as afirmações de que o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido havia emitido avisos contra viajar para Cuba devido a um surto de febre de Marburgo.

A última atualização sobre o tema no site oficial britânico, datada de 4 de outubro, não faz menção alguma a Cuba.

Em relação às chamadas “moscas assassinas”, a embaixada reiterou que não há evidências de sua presença na ilha e lembrou que as picadas de moscas de areia, comuns no trópico, não representam um perigo para os turistas.

Adicionou que estes podem ser tratados eficazmente com repelentes e produtos de fabricação local.

Este desmentido, em uma aparente tentativa desesperada de proteger a deteriorada imagem do turismo cubano, busca contrabalançar a desinformação que poderia provocar alarme entre os turistas e prejudicar ainda mais um dos pilares econômicos da ilha.

Recentemente, vários turistas russos manifestaram nas redes sociais seu descontentamento com as picadas de jejenes durante a estadia em hotéis e praias de Cuba.

De acordo com os testemunhos, as picadas desses pequenos insetos inicialmente não são sentidas, mas horas depois provocam uma coceira intensa e o surgimento de bolhas vermelhas na pele.

Em alguns casos, os sintomas não são aliviados com antihistamínicos comuns, o que gerou preocupação entre os visitantes, reportou a RATA-News.

Apesar das queixas registradas, Cuba continua a ser um destino atraente para os russos. De janeiro a agosto de 2024, a ilha recebeu mais de 133.000 turistas provenientes da Rússia, o que representa um aumento de 125% em comparação com o mesmo período de 2023.

A Rússia se posiciona como o terceiro maior emissor de turistas para Cuba, sendo superada apenas pelo Canadá e pelos cubanos que residem fora do país.

O Ministério do Turismo de Cuba projeta a chegada de mais de 200.000 visitantes russos antes do final do ano, reafirmando o interesse pela ilha, apesar de possíveis inconvenientes.

Junto à Rússia, Portugal se destaca como o outro mercado emissor de turistas que registrou um modesto aumento em meio à crise crônica que afeta a indústria turística em Cuba.

A ilha enfrenta uma de suas maiores crises nesse setor, marcado por uma drástica diminuição de visitantes internacionais provenientes de mercados-chave como América do Norte, Espanha, Alemanha, México, Argentina e Colômbia.

Segundo dados do portal Travel And Tour World, de janeiro a outubro de 2024, as chegadas de turistas a Cuba diminuíram 48,23% em comparação com 2019, o último ano antes da pandemia.

Esta queda afetou gravemente as receitas do setor, que passaram de gerar 3,185 milhões de dólares em 2019 para apenas 1,216 milhões em 2023, uma redução de 61,82%.

O economista cubano Pedro Monreal criticou as recentes declarações do ministro do Turismo, Juan Carlos García Granda, e a abordagem do regime cubano em priorizar os investimentos no setor turístico.

Perguntas frequentes sobre a situação epidemiológica em Cuba

Há um surto de vírus mortal em Cuba?

Não existe um surto de vírus mortal em Cuba. A Embaixada de Cuba na Rússia desmentiu os rumores sobre um suposto surto de um vírus letal na ilha, afirmando que a situação epidemiológica é estável. Não há registros de tais incidentes, nem da presença de "moscas assassinas" no país.

Qual é a situação do vírus Oropouche em Cuba?

O vírus do Oropouche está presente em todas as províncias de Cuba. Esse vírus, transmitido por mosquitos, gerou um alerta de saúde na ilha devido à falta de recursos para controlar sua propagação. Embora a doença geralmente seja leve, com sintomas como febre e dores musculares, a situação do sistema de saúde complica seu manejo.

Quais medidas Cuba tomou para proteger os turistas contra doenças?

Cuba implementou um programa de vacinação contra a febre amarela para viajantes internacionais. Embora não haja transmissão de febre amarela na ilha desde 1904, as autoridades de saúde decidiram vacinar os turistas que viajam para áreas de risco. Além disso, Cuba assegura ter um sólido programa de controle médico internacional.

Qual é o impacto da situação de saúde no turismo em Cuba?

A situação sanitária afetou gravemente o turismo em Cuba. A indústria turística da ilha enfrenta uma crise devido à diminuição de visitantes internacionais e aos problemas de saúde pública. No entanto, o turismo russo apresentou crescimento, com mais de 133.000 turistas russos visitando Cuba de janeiro a agosto de 2024.

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