Três meses depois de o governante cubano Miguel Díaz-Canel ter aparecido surpreendentemente com o braço engessado, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz apareceu neste sábado na Televisão Cubana na mesma situação.
Marrero Cruz, de quem a imprensa oficial do regime não reportava atividade alguma desde sua aparição frustrada para informar sobre a “emergência energética” que o país estava enfrentando, compareceu por meio de videoconferência na reunião do Conselho de Defesa Nacional realizada na tarde de sexta-feira.
Um relatório do Noticiero Nacional de Televisión (NTV) destacou o apelo de Díaz-Canel “para intensificar os esforços na reparação das moradias danificadas pelos furacões” Oscar e Rafael, e pelos sismos que atingiram o Oriente de Cuba.
Ao final da reunião, as câmeras registraram a aparição por videoconferência do primeiro-ministro, que foi visto com o braço engessado, aparentemente o esquerdo.
Marrero Cruz destacou o trabalho realizado por autoridades e instituições estatais para devolver à normalidade as províncias afetadas. Segundo o jornalista Héctor Martínez, o primeiro-ministro expressou que isso é “algo que o povo aprecia e agradece”.
O que aconteceu com Marrero Cruz no braço? É algo que ainda a imprensa oficial e o próprio primeiro-ministro não se dignaram a informar à população.
No final de agosto, Díaz-Canel usou suas redes sociais para informar que estava com o braço imobilizado devido a "fortes desconfortos", em uma mensagem na qual agradeceu a quem "se preocupou" com sua recuperação.
"Muito obrigado a todos que se preocuparam com meu braço em tipoia e à excelente equipe médica que resolveu as fortes dores no ombro", postou o mandatário em sua conta no X.
Além disso, explicou que o braço direito foi "imobilizado momentaneamente"; mas que "o esquerdo funciona plenamente, assim como o resto do corpo. Bonito e lutador, pelo país".
Durante várias semanas, o governante foi visto “bonito e com o braço imobilizado”, enquanto o país se dirigia a uma nova agravamento de sua crise energética e ao colapso total de sua infraestrutura elétrica.
Agora, quem aparece diante dos cubanos com o braço machucado é Marrero Cruz, que foi visto em uma tela dentro de outra tela, em uma aparição que foi relegada ao final do relatório divulgado pelo meio oficial.
A metade de julho, o primeiro-ministro compareceu diante da Assembleia Nacional do Poder Popular, um órgão que cancelou novamente a realização das “assembleias de prestação de contas do delegado a seus eleitores” devido à crise energética.
“Não estamos de braços cruzados”, disse então Marrero Cruz em seu “relatório sobre o estado de implementação das projeções do governo para corrigir distorções e reimpulsionar a economia durante o primeiro semestre de 2024”.
“Os resultados até o momento não mostram a mudança que a população exige”, admitiu o dirigente, insistindo que não estavam de “braços cruzados”.
Um mês depois, ficou evidente que a ação do governo do regime cubano não produzia nenhum resultado, por mais atividades que realizassem. Marrero Cruz fez uma aparição infeliz na televisão, o sistema elétrico de Cuba colapsava e o primeiro-ministro desapareceu das notícias até este sábado, quando foi visto (mas não ouvido) com um braço engessado.
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