Nas últimas horas, multiplicaram-se em grupos do Facebook, principalmente de San Antonio del Sur e de Imías, comoventes pedidos de ajuda de familiares desesperados que, tanto do exterior quanto de outras províncias do país, pediram ajuda para localizar seus entes queridos.
"Alguém sabe algo da praia?", perguntava Leticia Polo no grupo do Facebook Revolico San Antonio del Sur.
"Hasta agora que falei com minha mãe, não havia falecidos na praia. Muitas pessoas perderam seus animais e coisas materiais", respondeu na seção de comentários uma internauta, dando um pouco de alívio à pessoa que perguntou.
Em outro testemunho comovente, uma mulher relatou em Pan de Azúcar, também em San Antonio, que as casas haviam sido cobertas pela inundação e que as pessoas tiveram que salvar suas vidas quebrando o telhado de suas habitações.
"Por favor, alguém sabe algo sobre as pessoas de Macambo?", perguntava em outra publicação Luis Miguel Rodríguez.
"O que se sabe? Alguma notícia de última hora, por favor? Não tenho comunicação assim como muitos, com as pessoas de lá", perguntava por sua parte Cristian Matos.
Em vários casos, as publicações pedindo ajuda e fazendo perguntas tiveram respostas escassas ou nulas devido à baixa conectividade que caracterizou o dia de ontem nas áreas mais afetadas pelo furacão Oscar, que causou grandes estragos em Guantánamo durante as horas em que permaneceu, com pouco movimento de translação, atingindo a província com chuvas.
Aseneht Leyva, por sua vez, recorreu diretamente a publicar fotos de sua irmã, seus sobrinhos e seu cunhado -residentes também em San Antonio del Sur- para tentar arrecadar informações.
"Já eles estão bem. Eu os vi há uma ou duas horas", respondia Freidi Ramirez.
"Preciso saber se alguém tem informações sobre Yateritas. Estou preocupada com minha família", escreveu Fátima Lobaina Matos, embora nos comentários ela recebesse o alívio de que Yateritas estava bem em comparação com outros territórios de Guantánamo.
Em horas recentes, a ativista cubana Yamilka Lafita -conhecida como Lara Crofs- indicou que tinha um irmão por parte de pai e um sobrinho "desaparecidos" em Imías.
"Acabei de descobrir que tenho um irmão por parte de pai e um sobrinho desaparecidos em Imías. Walter Lafita tem 55 anos, Marcos Lafita 27 anos", escreveu no Facebook.
Oscar Junior Guilarte Rodríguez, um cubano residente fora de Guantánamo, ofereceu 30.000 CUP como recompensa a quem lhe fornecer informações sobre sua família, que estava incomunicada na localidade de La Tinta, no município de Imías, após a passagem do furacão.
Através de uma publicação no Facebook, Guilarte expressou sua desesperança, ao comentar que está há cinco dias sem notícias de seus entes queridos e seus vizinhos.
Em outro pedido de ajuda, Noel Samón Méndez -Gallego buscava sua filha e dois netos, que na noite de domingo ficaram presos pelas repentinas inundações no município de San Antonio del Sur.
A província de Guantánamo, e em particular várias zonas de municípios como Imías e San Antonio del Sur, ficaram incomunicadas devido às inundações provocadas por Oscar, que atingiu a região com força antes de se degradar a tempestade tropical.
As autoridades cubanas confirmaram inicialmente que seis pessoas perderam a vida em San Antonio del Sur, após as intensas chuvas e os danos causados pelo furacão, sendo uma mãe e sua filha de cinco anos.
Posteriormente, foi informada sobre uma sétima vítima no município de Imías, que também ficou devastado pelo fenômeno meteorológico.
Miguel Díaz-Canel lamentou publicamente as mortes e destacou que os trabalhos de resgate e avaliação de danos continuam nas áreas mais afetadas, muitas das quais permanecem inundadas.
A coincidência da passagem de Oscar pela zona oriental com o colapso do Sistema Electroenergético Nacional fez com que centenas de milhares de cubanos não recebessem informações precisas sobre o evento meteorológico, uma situação que levantou os alarmes entre a sociedade civil, que percebeu o risco que isso representava para os habitantes daquela região.
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