As desconexões totais do sistema eletroenergético nacional ocorridas na sexta-feira ao meio-dia e no sábado de manhã acabaram provocando uma importante avaria da Unidade 3 da central termelétrica (CTE) Carlos Manuel de Céspedes, em Cienfuegos.
Assim explicou para o canal PerlavisionTV, José Osvaldo González Rodríguez, diretor geral da Empresa Termoeléctrica de Cienfuegos, que atribuiu à “instabilidade no sistema” a avaria da turbina que os tirou de serviço.
“Quando o sistema colapsa, nossa unidade, que estava sincronizada, perde bruscamente seus parâmetros operacionais e passa a trabalhar contra o sistema elétrico nacional. É o que muitas vezes se diz que o sistema esmagam a unidade”, explicou o executivo.
Segundo González Rodríguez, após a desconexão, foi identificado que a Unidade teve uma “perda de velocidade”. Da mesma forma, ele indicou que “até segunda-feira à tarde não poderemos parar a turbina” para sua reparação.
De momento, os operários da CTE de Cienfuegos executam “ações preparatórias para que, quando chegar esse momento, comece de maneira imediata a destapar chumaceiras, acessar os locais que temos que inspecionar” e avaliar os passos que deverão ser realizados posteriormente, quando terminar o resfriamento (processo que dura cerca de 100 horas).
A confusa explicação do diretor deixa claro uma coisa: na segunda-feira começará o acesso à área afetada para identificar os danos. A partir de então, desconhecem-se os prazos para que a usina termelétrica volte a estar operativa.
Na segunda-feira, 14 de outubro, a termelétrica de Cienfuegos foi desconectada do SEN às 22 horas de forma “programada”, segundo informou a União Elétrica de Cuba (UNE) em suas redes sociais.
Sua saída deixou um panorama complexo na geração elétrica e, a partir de então, o SEN foi perdendo capacidade de geração e os apagões aumentaram ainda mais em frequência e duração.
Apesar de que a empresa estatal que é dirigida por Alfredo López Valdés assegurou que se trata de uma “manutenção prevista”, o certo é que informou sobre a suposta “desconexão programada” apenas 15 horas após ter ocorrido. O objetivo, segundo a UNE, era “cumprir com a manutenção prevista e necessária no bloco 4”.
Com a Unidade 4 em manutenção e a 3 com problemas após o colapso generalizado do SEN, a termelétrica de Cienfuegos se encontra agora em uma situação delicada, o que complica ainda mais a recuperação do sistema.
O último boletim emitido pelas autoridades indicava que “na parte central há um microsistema que garante um nível de cobertura e sua função é chegar à Energás Varadero para que comece a operação e poder chegar à CTE Guiteras com energia”.
No "subsistema central" ainda se espera pelo arranque da unidade 5 de Nuevitas, mas nada se diz sobre a CTE Carlos Manuel de Céspedes.
No momento de redigir esta nota, ao que parece, as termelétricas do país continuam desconectadas ou em processos de arranque, mas sem aportar energia ao SEN.
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