Um jovem cubano pede justiça pela morte de sua mãe após o que considera uma grave negligência médica no Hospital Docente Quirúrgico Miguel Enríquez, conhecido como La Benéfica, em Havana.
Segundo o relato de Yasmanis na rede social Facebook, sua mãe foi transferida de um policlínico em Guanabacoa para esse centro na noite da última quarta-feira, onde ficou em observação. No entanto, até às 5h30 da manhã, não foi atendida por nenhum médico ou enfermeiro.
"Eu só peço justiça", expressou, quem estava na Ilha da Juventude e desde o primeiro momento tentou conseguir uma passagem para voltar à capital e ajudar sua mãe.
Nesse processo, um vizinho seu o chamou desesperado para informá-lo que sua mãe havia falecido sozinha na sala de observação, razão pela qual tentou dialogar com o médico por telefone, mas este se negou a falar com ele.
A situação piorou quando Yasmani finalmente chegou a Havana. Contou que não pôde vê-la até que chegou o carro de medicina legal à noite: “Pude vê-la em uma maca de ferro nu, sem lençóis nem nada”, detalhou.
Também acrescentou que sua mãe está morta há 38 horas aguardando para ser cremida. “Querem dinheiro para processar minha mãe, porque dizem que não há carros”, indicou sobre o processo na funerária de Guanabacoa.
As palavras de Yasmanis não apenas refletem a dor de um filho, mas também uma denúncia sobre as carências no sistema de saúde e funerário cubano, que neste caso, segundo ele, causaram uma cadeia de negligências com consequências fatais.
Uma cubana, mãe de dois filhos, que apresentava sintomas de dengue, morreu esta semana em Havana após não receber a devida atenção médica, segundo denunciou uma fonte próxima à falecida.
“Escrevo com argumentos de que foi levada duas vezes pelos vizinhos ao policlínico mais próximo, ainda vomitando sangue, com febre, sem comer e com muita dor de cabeça. Eles a devolvem para casa porque dizem que não há medicamentos”, escreveu no Facebook a internauta Raysa Juan Delgado.
Em agosto, a Direção Provincial de Saúde de Holguín desmentiu as acusações de negligência médica relacionadas com a morte de um bebê de 20 dias de vida, e disse que o menor faleceu por "complicações adquiridas na comunidade", onde lhe foi administrado chá de melhorana.
O comunicado responde à denúncia da mãe da criança, Arlety González, que afirmou ao meio independente CubaNet que seu filho faleceu devido à negligência médica no Hospital Materno Infantil de Banes e posteriormente no Hospital Pediátrico Provincial.
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