A escassez de medicamentos é um problema agudo que afeta os cubanos, e pelo qual as doenças acabam se complicando de uma maneira significativa, quando nem mesmo no país existem seringas para aplicar as injeções que podem aliviar os padecimentos mais leves.
Assim aconteceu com um cubano residente em Manzanillo que narrou os problemas que teve quando foi se atender no pronto-socorro de um centro de saúde de sua localidade.
Segundo essa pessoa, às 4:00 da manhã, sua namorada começou a sentir uma dor intensa no abdômen, provocada por uma suposta crise de gastrite. Após chegar ao Hospital Clínico Quirúrgico, havia “um grupo de jovens especialistas reunidos em uma conversa, ignorando o paciente recém-chegado”, relatou como primeiro impacto.
“Bom dia, alguém, por favor, atende a minha namorada”, comenta que lhes disse. Um dos jovens médicos se aproxima deles e começa a atender sua parceira, no entanto, a resposta recebida não resolveu sua situação: “Posso te dar uma injeção, mas não há seringa no hospital”.
“Onde eu procuro uma seringa a essa hora?, e isso é um hospital? Minha gente, o que é isso? Não tem nada, o que está acontecendo com Cuba? As pessoas estão morrendo, onde estão os avanços da Revolução?”, questionou.
Na seção de comentários da publicação, vários cubanos denunciavam ter vivido histórias semelhantes.
“Vergonha é o que não há, tudo tem que ser comprado e eles mesmos te vendem as seringas… Eu passei por isso com meu pai”, disse uma internauta.
“Assim é, essa é a triste realidade que estamos vivendo, mas dizem que não há e quando você vai a qualquer feira em Havana, vê todos os medicamentos e esclareço que não são estrangeiros porque Medilip só existe em Cuba. Na Cuevita tem o que você procura”, acrescentou outro usuário.
Outra internauta disse sentir a situação e respondeu: “realizações da Revolução você não verá, porque não existem, a miséria vive neste país e a cada dia será pior, precisamos chegar a essas instituições com tudo na mão para poder resolver”.
No mês passado de agosto, um médico cubano, Roberto Edelso Ramírez, faleceu na província de Cienfuegos em consequência da falta de insumos médicos para pacientes em cuidados coronários.
Junto a isso, também a aparente falta de resposta por parte do pessoal, provocaram o desfecho fatal no Hospital Gustavo Aldereguía Lima.
Outro caso ocorreu em Guantánamo, quando a um idoso foi negada a atenção médica em um hospital e, em seu lugar, “o mandaram morrer em casa sem lhe dar os primeiros socorros”.
Desde o início do ano, o governante cubano Miguel Díaz-Canel afirmou que continuaria a escassez de medicamentos e insumos médicos na ilha, onde as farmácias estão desabastecidas e faltam dezenas de produtos do quadro básico.
Em uma reunião com funcionários do setor de Saúde, onde se analisou a falta de insumos e o êxodo de profissionais que afeta os hospitais cubanos, o mandatário disse que há tendências negativas no setor, como "a venda de serviços".
"Ante a carência de insumos e medicamentos, a melhor resposta que podemos dar à nossa população em tempos tão difíceis é a qualidade dos serviços. Com carências, vamos tê-las, vamos continuar com carência de medicamentos", afirmou.
O que você acha?
COMENTARArquivado em: