Uma mulher, mãe de dois filhos, faleceu na noite deste domingo após ter sido esfaqueada pelo seu ex-parceiro em Santiago de Cuba.
A vítima -identificada como Dagnis Hernández Milanés- foi atacada dentro de sua residência, no bairro de San Pedrito, segundo precisou no Facebook o jornalista Yosmany Mayeta com base no relato de testemunhas.
"O ex-marido entrou pelo teto da casa ao lado e começou a esfaqueá-la na frente de seu filho de 11 anos", revelou uma fonte com conhecimento do caso.
"Ela o acusava e retirava a acusação e assim aconteceu várias vezes, até que, há alguns dias, ele a estava agredindo e ela chamou a polícia e, por milagre, eles chegaram, porque quase nunca chegam", acrescentou.
Dagnis Hernández foi levada de urgência ao Hospital Provincial Saturnino Lora e submetida a uma intervenção cirúrgica, mas acabou falecendo em decorrência dos ferimentos por arma branca.
Não foi revelada a identidade do assassino, nem se ele foi capturado.
Até o fechamento desta nota, plataformas feministas não se pronunciaram sobre o ocorrido, que poderia elevar para 40 o número de feminicídios em Cuba até agora este ano.
Até o passado 9 de outubro, o Observatório de Gênero Alas Tensas (OGAT) e o YoSíTeCreo em Cuba (YSTCC) contabilizaram 39 crimes machistas em 2024, além de cinco tentativas de feminicídio e seis casos que precisam de acesso à investigação policial.
A oficialista Federação de Mulheres Cubanas (FMC) admitiu que mais de 16.000 mulheres e meninas, de 9.579 famílias, vivem em situação de violência no país.
A organização também reconheceu um aumento dos feminicídios a partir da pandemia, embora se recuse a usar esse termo e utilize o de femícidio.
No início de agosto passado, o regime informou que em 2023 foram julgados em tribunais 60 casos de assassinatos de mulheres de 15 anos ou mais por razões de gênero, dos quais 50 (83,3%) foram assassinadas por seus parceiros ou ex-parceiros, e o restante por outros agressores, segundo dados do Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero.
Além disso, no ano anterior também foram julgados em processos judiciais 378 casos de violência sexual e várias mulheres ficaram com lesões após ataques de seus ex-parceiros.
O governo cubano criou em julho um sistema nacional de registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento dos casos de violência de gênero no contexto familiar, conforme anunciado em uma reunião do Conselho de Ministros.
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