Algumas lojas em MLC em Cuba já aceitam o pagamento de divisas em dinheiro.

Embora esta medida ainda não seja aplicada em toda a rede de lojas, espera-se que mais estabelecimentos comecem a aceitar moeda estrangeira nos próximos meses.

Tienda Harry Brothers, en La Habana Vieja (Imagen de referencia) © Facebook/Tiendas Caribe Habana Vieja
Tienda Harry Brothers, em La Habana Vieja (Imagem de referência)Foto © Facebook/Tiendas Caribe Habana Vieja

Em algumas lojas em Moneda Livremente Convertível (MLC), o governo cubano começou a permitir a compra de produtos com divisas em dinheiro, conforme revelou o meio independente elTOQUE.

Trabalhadores da Cadeia de Lojas Caribe e da Corporação Cimex S.A. garantem que alguns estabelecimentos já aceitam pagamentos em dólares e euros, enquanto outros estão se preparando para começar a receber divisas em espécie.

Embora a medida ainda não esteja aplicada em toda a rede de lojas, espera-se que mais estabelecimentos comecem a aceitar moeda estrangeira nos próximos meses.

O troco é dado ao cliente em pesos cubanos utilizando a taxa de câmbio oficial do dia estabelecida pelo Banco Central de Cuba.

Algumas lojas, como a Vitola 360 em La Habana Vieja, já promovem nas redes sociais que aceitam pagamentos em dinheiro e cartões internacionais válidos no país.

Captura do Facebook/Tiendas Caribe Habana Vieja

Além disso, a Cimex tem planos de aumentar os pontos de venda do cartão Clássico nominado em dólares, que custa 4 USD e que atualmente só pode ser obtido nas Casas de Câmbio (CADECA) ou por meio de solicitações do exterior.

Um trabalhador comentou ao referido meio que em breve aqueles que tiverem dólares poderão comprar este cartão nas lojas, recarregá-lo e usá-lo para comprar produtos, embora ainda não haja uma data oficial para sua implementação.

A introdução de novos cartões em USD gerou incerteza, pois reforça a ideia de que a MLC não está respaldada por dólares.

O cartão Clásica, lançado em janeiro de 2024 juntamente com outro cartão pré-pago do Banco de Crédito e Comércio (BANDEC), não foi bem recebido entre os cubanos, o que levou à redução do valor mínimo de recarga de 50 USD para 5 USD, mantendo uma comissão de 4 USD.

Em julho, o primeiro-ministro Manuel Marrero anunciou, durante uma sessão da Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP), que seria permitido o uso de dinheiro em divisas em setores como o turismo, apesar de isso contradizer a política de bancarização promovida pelo governo.

Marrero argumentou que essa medida é necessária para atrair divisas, já que o país está perdendo receitas devido à falta de acesso aos dólares em circulação no setor privado e no mercado informal de divisas.

Pouco depois, o Escritório de Turismo de Cuba e a revista canadense Travel Week informaram que desde 1º de agosto deste ano os turistas canadenses poderiam pagar em dinheiro com dólares canadenses, assim como com cartões de débito e crédito de bancos de seu país em toda a ilha.

Mercado informal de divisas em calma

Será que a progressiva incorporação de moedas em espécie nas lojas em MLC em Cuba é parte da causa da desaceleração das moedas no mercado informal?

O certo é que o dólar, o euro e a Moeda Livremente Conversível (MLC), moedas de referência em Cuba, começaram nesta terça-feira o décimo mês do ano mantendo a que tem sido sua tendência durante quase dois meses: a estabilidade de preço, apenas interrompida por leves modificações.

Ao amanhecer deste 1 de outubro, a moeda americana estava cotada a 320 CUP, o euro a 335 e a MLC a 270.

Apesar da estabilidade no mercado informal de divisas desde o início de agosto, os preços dos produtos básicos em Cuba continuam altos para a população e são indicativos da crise econômica que o país enfrenta, onde a inflação e a escassez de divisas impactam o poder aquisitivo dos cidadãos.

A estabilidade de preços nas últimas semanas contrasta com as fortes mudanças dos primeiros sete meses de 2024, que foram caracterizadas por surtos abruptos tanto de aumentos quanto de quedas de preço.

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