Um militar de 30 anos, identificado como Freddy Torres Quiala, denunciou que leva anos pedindo a baixa das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) por problemas de saúde e estão se negando a concedê-la.
Torres Quiala presta serviço na Divisão de Tanques de Managua, em Havana, e teme que queiram processá-lo e levá-lo preso.
“Isso é dedicado aos meus familiares e amigos, para que saibam pelo que estou passando. Eu sei que querem me incriminar na minha unidade e sei o que tudo isso vai acarretar, sem ter culpa alguma”, explicou Torres Quiala em um vídeo publicado em suas redes, que depois foi obrigado a retirar.
“Sei que o que querem é me processar e me prender. Isso é o que querem fazer comigo e com vários outros, por uma injustiça, porque não quero ser militar, porque estou cansado, porque já são oito anos de serviço. Passei quatro anos como cadete e oito como oficial. Estão me obrigando, apesar dos meus problemas de saúde, a continuar nas Forças Armadas”, denunciou o jovem, que é natural de Niquero, na província de Granma.
Freddy Torres explicou que está há cinco anos pedindo a baixa, que reclamou a altos comandos, que esteve três vezes no MINFAR e que até enviou uma carta ao ministro, mas nada.
Em declarações ao jornalista Yosmany Mayeta, o militar detalhou quais são seus problemas de saúde.
"Estou perito por sacrolombalgia crônica, que inclui duas desvios, uma espinha bífida e cervical. Isso se deve ao fato de que sofro de reumatismo. Além disso, tomo medicamentos fortes por psiquiatria devido ao estresse e insônia que essa situação me causou", explicou ao citado comunicador.
A acrescentou que foi obrigado a retirar o vídeo de suas redes sociais e que foi ameaçado de ser julgado por suas declarações.
"Não sei se isso é considerado insubordinação ou violação da Ordem 4 do Ministro, que regula o uso de redes sociais", comentou.
O tenente teme ser julgado injustamente pela Procuradoria Militar, embora esteja convencido de que está certo.
"É uma injustiça da parte deles. Sou eu quem tem razão e, por expô-la ao mundo. Querem tomar medidas exemplares para que o corpo de oficiais entre em pânico e não façam o mesmo", expressou.
Freddy, que é pai de uma menina que completará 6 anos no dia 7 de setembro, é o sustento de sua família.
O cubano sugeriu às famílias que seus filhos nunca se tornem militares.
"Mais vale mil vezes de pé do que uma vida de joelhos", concluiu em declarações citadas por Mayeta Labrada.
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