A um mês de reconhecer que a escassez de medicamentos em Cuba continuará por tempo indefinido, o regime de Havana ofereceu vacinas, fármacos e capacidade tecnológica para produzi-los aos países da América Latina.
O ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, fez a oferta à Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) e a todos os países da região ao intervir na XI Conferência Pan-Americana para a Harmonização da Regulamentação Farmacêutica (CPARF), que está acontecendo no México.
O veículo oficial Cubadebate citou que o funcionário expressou "a disposição de Cuba de colocar ao serviço da Organização Pan-Americana da Saúde e de todos os países da região, sua capacidade técnica e experiência na produção de medicamentos, produtos biotecnológicos e vacinas, assim como o desenvolvimento alcançado pelo Centro para o Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (CECMED)".
O titular da Saúde acrescentou que a autossuficiência de medicamentos na região deve "sair da esfera técnica e chegar às políticas públicas, que promovam a cooperação regional e apoiem o direito de todos à Saúde".
Portal Miranda faz essas declarações um mês depois de ter dito aos deputados da Comissão de Saúde e Esporte do Parlamento cubano que continuará a escassez de medicamentos na rede de farmácias em todo o país.
"Dizer que essa situação será resolvida nos próximos dias seria irresponsável", destacou o ministro em julho, e culpou essa situação pela falta de financiamento e problemas de organização interna.
O titular da pasta também atribuiu a crise ao embargo econômico, ao encarecimento das matérias-primas e ao elevado custo dos fretes, e admitiu que os problemas abrangem desde a produção e importação até a dispensação de fármacos em farmácias comunitárias e em instituições.
"80% dos fármacos que são dispensados nas farmácias são produzidos pela indústria nacional"; mas há vários meses Cuba só consegue abastecer 30% do quadro básico de medicamentos, revelou em julho passado.
No início do ano, o governante Miguel Díaz-Canel reconheceu que continuará a escassez de medicamentos e insumos médicos na ilha, onde as farmácias estão desabastecidas e faltam dezenas de produtos do quadro básico.
Esta situação se evidencia na tentativa desesperada das pessoas de comprar os poucos produtos que ocasionalmente chegam às farmácias, chegando até a dormir de um dia para o outro para garantir um bom lugar nas longas filas.
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