Impago do leite aos camponeses em Cuba: Seis meses sem receber em Manicaragua

Camponeses em Manicaragua estão há seis meses sem receber pelo fornecimento de leite. A presidente da CCS Domingo Lara denuncia a falta de pagamento e dificuldades bancárias.

Leche en Cuba (imagen de referencia) © Radio Unión 963 FM
Leite em Cuba (imagem de referência)Foto © Rádio União 963 FM

Ailén Carbonell Izquierdo, presidenta da Cooperativa de Créditos e Serviços (CCS) Domingo Lara de Manicaragua, denunciou o prolongado não pagamento aos camponeses pela entrega de leite.

Segundo um relatório do jornalista Jesús Álvarez López da emissora oficialista CMHW, Carbonell manifestou sua frustração e preocupação com a situação que seus produtores enfrentam desde janeiro.

Facebook Jesús Álvarez López

"Meus camponeses estão entregando leite acima do seu plano desde o mês de janeiro e esta é a data em que ainda não conseguiram receber pelo cumprimento a mais, ou seja, seis meses sem pagamento", afirmou Carbonell.

Apesar de que a Empresa de Comércio e Indústria Lactea (ECIL) disponibilizou o dinheiro, o banco não o tem disponível, o que agravou o problema ao adicionar também o não pagamento pelo leite entregue desde junho até a data.

Ailén Carbonell se pergunta como os camponeses podem comprar o que precisam se não recebem seu salário em Cuba.

"Se lhes deixa a opção de venda no mercado negro, que paga na hora e se enriquece com a produção dos camponeses", disse, lamentando que parecesse que a ninguém se preocupa com essa situação.

"Entre o furto, sacrifício, as dívidas não pagas e a falta de vontade de alguns, estamos muito mal", assegurou a presidenta da CCS.

Além disso, ressaltou a importância de unir forças e pensar nos produtores que estão entregando suas produções. "Corremos o risco de perdê-los. Eles trabalham porque precisam do dinheiro deles no bolso, não nas mãos de outros", acrescentou.

Um dos grandes desafios mencionados por Carbonell é a falta de infraestrutura bancária adequada, uma situação que afeta os produtores agrícolas e pecuários de todo o país.

"Meus campesinos nem sequer têm cobertura, sem falar dos idosos sem celulares, além de um banco a 8 quilômetros de Guabina. Imaginem quantas vezes teriam que ir buscar seu dinheiro quando tanto precisamos no campo", expressou.

"Se nos está cerrando o cerco, mas somos um pouco teimosos e continuamos fazendo. Acredito que sempre se pode dar mais, por um país que nos deu tudo e o defendo com unhas e dentes, mas não pelas pessoas que se acomodam e não querem ver além do seu próprio nariz e do seu problema muito pessoal", concluiu.

O leite é um dos produtos mais caros em Cuba. Milhões de crianças e idosos no país não conseguem consumir nem um copo por dia.

O governo culpa os agricultores porque não produzem o suficiente e assegura que não vão importar leite porque não há recursos no país.

Este caso é apenas um dos milhares de exemplos que demonstram a falta de apoio governamental para impulsionar as produções em Cuba.

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